Tradutora: Rita
Custódio e Àlex Tarradellas
Nº de páginas:
344
Início da
leitura: 07/01/2022
Fim da leitura:
09/01/2022
**SINOPSE**
A
Vida Quando era Nossa é um tributo à literatura, mas é sobretudo uma
história de amizade entre duas mulheres. Uma história que começa quando se abre
um livro e que só termina quando todas as pontas da narrativa se unem.
«Tenho
saudades do tempo em que a vida era nossa», diz Lola, a protagonista do
romance. Sente falta da sua vida, tão cheia de esperança, feita de livros e
conversas ao café, sestas ociosas e projetos de construir um país. A Espanha
que, passo a passo, aprendia as regras da democracia.
Mas,
em 1936, chega um dia em que a vida se transforma em sobrevivência e agora,
passados quinze anos, a única coisa que sobra é uma pequena livraria, meio
escondida num dos bairros de Madrid, onde Lola e Matías, o marido, vendem
romances e clássicos esquecidos.
É nesse lugar modesto que, em 1951, Lola conhece Alice, uma mulher que
encontrou nos livros uma razão para viver. Acompanhamos a amizade entre as
duas, atrás do balcão a lerem o mesmo livro juntas, e isso leva-nos atrás no
tempo, à Londres do início do século XX, para conhecermos uma menina que se
perguntava quem seriam os seus pais…
**OPINIÃO**
Gostei
tanto deste livro! É daquelas histórias que nos capta logo no início a atenção e não
temos vontade de largar antes de terminar e esclarecer todo o mistério em que a
história surge envolta.
Como
não gostar da premissa?
Em
Madrid, há uma pequena livraria alfarrabista, de Matías e Lola. Matías começa
por despertar a atenção de uma mulher de idade, pelo facto de passar por ela
sempre com livros nas mãos e lhe fazer lembrar alguém ou simplesmente por
gostar do porte, da determinação, que vê nele. Começa a segui-lo. Acaba por
descobrir a livraria dele, num beco escondido, verificando que quase não têm
clientes, e também porque ele permite a troca de livros por uma quantia
irrisória. Acaba por entrar e, enquanto ele atende um fornecedor que lhe leva
livros usados, esta idosa deixa um livro perdido entre outros.
Matías,
quando começa a ver o que o fornecedor lhe levara, descobre o livro que ela
deixou e resolve apostar numa montra diferente. Uma montra só com um livro,
aberto nas primeiras páginas. A idosa acaba por entrar e, em conversa com Lola,
apresenta-se como Alice e as duas começam a ler o livro juntas, Lola lê e Alice
escuta com ela. Começam a embrenhar-se na história de tal modo, que vai nascendo
entre elas uma amizade que terá as suas consequências.
É
curioso que o leitor deste livro vai ser também leitor do livro da montra, A
Rapariga dos Cabelos de Linho. E acabamos por nos ver também embrenhados
nesta história, numa cumplicidade com as personagens, como se lêssemos o livro
juntos, acompanhados de um chá. É mágico! E quando param a leitura e retomam as
suas vidas, ficamos ansiosos pela continuação, mas, ao mesmo tempo, igualmente
embrenhados nas suas vidas.
A
autora escreve maravilhosamente, de forma solta, leve, mas intensa. As
descrições permitem-nos imaginar os espaços, as personagens, os acontecimentos,
de forma intensa! E a doçura das expressões???? Adoro!
O
que esconde Alice? Que segredos perpassam nas vidas de Matías e Lola?
Aconselho
vivamente a leitura, não se arrependerão! É um livro fantástico!
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