A Vida Quando Era Nossa, Marian Izaguirre

 

Izaguirre, Marian (2015). A Vida Quando Era Nossa. Lisboa: Bertrand Editora.

Tradutora: Rita Custódio e Àlex Tarradellas

Nº de páginas: 344

Início da leitura: 07/01/2022

Fim da leitura: 09/01/2022

**SINOPSE**

A Vida Quando era Nossa é um tributo à literatura, mas é sobretudo uma história de amizade entre duas mulheres. Uma história que começa quando se abre um livro e que só termina quando todas as pontas da narrativa se unem.

«Tenho saudades do tempo em que a vida era nossa», diz Lola, a protagonista do romance. Sente falta da sua vida, tão cheia de esperança, feita de livros e conversas ao café, sestas ociosas e projetos de construir um país. A Espanha que, passo a passo, aprendia as regras da democracia.

Mas, em 1936, chega um dia em que a vida se transforma em sobrevivência e agora, passados quinze anos, a única coisa que sobra é uma pequena livraria, meio escondida num dos bairros de Madrid, onde Lola e Matías, o marido, vendem romances e clássicos esquecidos.
É nesse lugar modesto que, em 1951, Lola conhece Alice, uma mulher que encontrou nos livros uma razão para viver. Acompanhamos a amizade entre as duas, atrás do balcão a lerem o mesmo livro juntas, e isso leva-nos atrás no tempo, à Londres do início do século XX, para conhecermos uma menina que se perguntava quem seriam os seus pais…

 

**OPINIÃO**

Gostei tanto deste livro! É daquelas histórias que nos capta logo no início a atenção e não temos vontade de largar antes de terminar e esclarecer todo o mistério em que a história surge envolta.

Como não gostar da premissa?

Em Madrid, há uma pequena livraria alfarrabista, de Matías e Lola. Matías começa por despertar a atenção de uma mulher de idade, pelo facto de passar por ela sempre com livros nas mãos e lhe fazer lembrar alguém ou simplesmente por gostar do porte, da determinação, que vê nele. Começa a segui-lo. Acaba por descobrir a livraria dele, num beco escondido, verificando que quase não têm clientes, e também porque ele permite a troca de livros por uma quantia irrisória. Acaba por entrar e, enquanto ele atende um fornecedor que lhe leva livros usados, esta idosa deixa um livro perdido entre outros.

Matías, quando começa a ver o que o fornecedor lhe levara, descobre o livro que ela deixou e resolve apostar numa montra diferente. Uma montra só com um livro, aberto nas primeiras páginas. A idosa acaba por entrar e, em conversa com Lola, apresenta-se como Alice e as duas começam a ler o livro juntas, Lola lê e Alice escuta com ela. Começam a embrenhar-se na história de tal modo, que vai nascendo entre elas uma amizade que terá as suas consequências.

É curioso que o leitor deste livro vai ser também leitor do livro da montra, A Rapariga dos Cabelos de Linho. E acabamos por nos ver também embrenhados nesta história, numa cumplicidade com as personagens, como se lêssemos o livro juntos, acompanhados de um chá. É mágico! E quando param a leitura e retomam as suas vidas, ficamos ansiosos pela continuação, mas, ao mesmo tempo, igualmente embrenhados nas suas vidas.

A autora escreve maravilhosamente, de forma solta, leve, mas intensa. As descrições permitem-nos imaginar os espaços, as personagens, os acontecimentos, de forma intensa! E a doçura das expressões???? Adoro!

O que esconde Alice? Que segredos perpassam nas vidas de Matías e Lola?

Aconselho vivamente a leitura, não se arrependerão! É um livro fantástico!


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