Metz, Julie (2021). Eva e Eve. Afragide: Casa das Letras.
Tradução:
Teresa Mendonça
Nº de páginas:
422
Início da
leitura: 15/01/2022
Fim da leitura: 17/01/2022
**SINOPSE**
Para
Julie Metz, a sua mãe, Eve, era uma verdadeira nova-iorquina. Era difícil
imaginá-la a viver noutro lugar que não fosse Manhattan, onde frequentava o
Carnegie Hall e a Metropolitan Opera, ou a saborear uma série de queijos
franceses triple crème no Zabar’s. Mas Eve não era nova-iorquina. E raramente
falava sobre a sua infância passada na terrível Viena ocupada pelos nazis.
Após
a morte da mãe, Julie descobre um livro de recordações repleto de notas de
despedida de amigos e familiares endereçadas a uma menina chamada Eva. Esta
recordação escondida foi a primeira pista para a descoberta da dor secreta que
a mãe de Julie carregou enquanto refugiada e imigrante, deitando luz sobre a
história de uma família que teve de perseverar a cada contrariedade para fugir
ao antissemitismo e à xenofobia nazis que ameaçavam a sua sobrevivência.
Entrelaçando
memórias pessoais e história, Eva e Eve traça vividamente a senda de
uma mulher pela infância perdida da sua mãe, enquanto revela a resiliência e os
sacrifícios que as pessoas comuns são obrigadas a fazer durante as horas mais
negras da história.
**OPINIÃO**
Este
é um livro de memórias, biográfico e histórico, onde a autora nos leva com ela
numa viagem ao passado, quando reflete sobre a perda da sua mãe. É uma história
documentada por indivíduos e instituições que a autora consultou.
Entre
ela e a mãe terá havido uma falta de compreensão, motivada, provavelmente, pela
pessoa severa, fria e assustadora em que a vida a transformara. Certo é que a
autora sente que a amava, mas, ao mesmo tempo, temia-a, chegando a odiá-la. Ao
morrer, a mãe deixa-lhe um livro de recordações, com vários registos escritos e
fotografias, que permitirão a Julie abrir “pequenos portais” e resgatar a
biografia da sua mãe, ao mesmo tempo que nos vai falando de si própria, da sua
vida, da sua relação com a mãe e com a filha e, ao mesmo tempo, vai fazendo
incursões pela história no momento da II Guerra.
É
a partir dos nove anos de Eva, que vivia uma vida estável e segura em Viena, na
Áustria, que tudo começa.
No
presente, em 2006, interroga-se e quer perceber como terá a sua família
conseguido sobreviver ao extermínio nazi, durante a II Guerra Mundial. No
fundo, a autora, sente que a sua mãe lhe deixou a missão de contar a história
desta “nação de aventureiros e de refugiados relutantes”.
É
assim que empreendemos esta incursão pela vida de Eva e Eve, na tentativa de a
conhecer melhor, de perceber como se tornou ela numa “nova-iorquina: dura,
proficiente, frugal, pragmática.”
Eva
tinha apenas 12 anos quando os pais (Julius e Anna) conseguiram vistos
americanos e puderam viajar com ela sob o nome de Eve. Afinal, a nova iorquina
Eve tinha sido Eva, uma criança judia de Viena.
Gostei
muito da história, mas considero que peca por excesso de informação menos importante,
descrições de pormenores quotidianos da vida, da viagem, das pessoas, que eram
desnecessários e que nos desviam do foco de interesse da narrativa. Além disso,
há algumas repetições que também eram desnecessárias.
Tirando
essas descrições mais exaustivas, gostei bastante da história.
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