A Guerra de Hedy, Jenny Lecoat

Lecoat, Jenny (2021). A Guerra de Hedy. Porto: Porto Editora.

Tradução: Maria de Fátima Carmo

Nº de páginas: 272

Início da leitura: 20/01/2022

Fim da leitura: 22/01/2022

**SINOPSE**

No fim de junho de 1940, as Ilhas do Canal, ao largo da costa francesa, são ocupadas pelas forças nazis.

A jovem Hedy Bercu, uma judia vienense que chegara a Jersey dois anos antes, fugindo da anexação da Áustria pela Alemanha, encontra-se novamente encurralada. Porém, desta vez, parece não haver como escapar.

Apesar de judia, Hedy encontra trabalho como tradutora junto das autoridades ocupantes e começa a participar em atos de resistência. É então que se apaixona pelo tenente alemão Kurt Neumann, iniciando uma relação proibida da qual rapidamente a sua vida passa a depender.

A Guerra de Hedy acompanha a vida desta jovem mulher e a luta que travou para sobreviver à ocupação nazi e evitar a deportação. Baseada em factos verídicos, esta é uma história de coragem, amor e esperança numa época em que a crueldade imperou: a Segunda Guerra Mundial.

**OPINIÃO**

Quando lemos um livro cuja temática se relaciona com o holocausto, há que distinguir dois tipos de livros: as histórias reais, mais ou menos romanceadas e as histórias ficcionais, que é o caso de O Rapaz do Pijama às Riscas, dos romances que têm como fundo histórico esta época e dos romances, em que, apesar de se passarem nesta época, pouco dela falam.

Este é claramente um romance histórico ficcional, que de verídico tem apenas a contextualização histórica. Porém, é uma contextualização histórica, quanto a mim, bem conseguida, que não se limita a ver a história da perspetiva dos judeus, mas também de alguns alemães que também não concordavam com as ideias de Hitler. Sim, porque é muito fácil julgar um povo colocando-o todo no mesmo “saco”. Mas, como em todo o lado, há pessoas más e há pessoas boas. E, muitas vezes, as pessoas boas acabam por se ver remetidas ao silêncio e à mentira, por uma questão de sobrevivência. Acredito que só quem esteve lá consegue ajuizar devidamente o que sentiu e o que se passou à sua volta.

E por que razão não poderiam, ainda que numa guerra tão cruel, nascer paixões ou mesmo amores para a vida? Seria assim tão improvável uma judia e um nazi se apaixonarem e viverem um grande amor, ainda que em tempos tão conturbados? Mesmo em histórias reais, sabemos que, em muitas situações, foi o amor que os salvou, o amor próprio, o amor pelos familiares, o amor pela pessoa amada…uma vez que lhes deram força, uma réstia de esperança para terem por o que lutar.

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