Pattee, Emma (2025). Tremor. Lisboa TopSeller.
Tradução: Fernanda Semedo
N.º de páginas: 208
Início da leitura: 21/11/2025
Fim da leitura: 22/11/2025
**SINOPSE**
"Quando um sismo de enorme magnitude atinge Portland, no Oregon, Annie encontra-se grávida e sozinha numa grande superfície comercial. Sem forma de falar com o marido, sem telefone ou dinheiro, e com a cidade mergulhada no caos, nada lhe resta a não ser caminhar
Atravessando os destroços da cidade, Annie experiencia o desespero e a bondade humana: estranhos a oferecer ajuda, uma rebelião num supermercado, uma amizade improvável com uma jovem mãe… Enquanto caminha, Annie reflete sobre o seu casamento em dificuldades, a sua carreira dececionante e a ansiedade em ter um bebé. Se conseguir voltar para casa, está determinada a mudar de vida.
Passado ao longo de um único dia, Tremor é um romance vibrante de uma nova e poderosa voz literária, que acompanha a viagem de uma mulher por uma cidade transformada, carregando o peso do passado e a esperança fervorosa no futuro."
Tremor, de Emma Pattee, parte de uma premissa promissora, capaz de suscitar expetativas elevadas, sobretudo para quem chega ao livro depois de ler críticas particularmente entusiásticas. Há, de facto, um potencial inicial evidente: a autora constrói um cenário emocionalmente denso e procura explorar as consequências de um acontecimento marcante através de diferentes camadas temporais. A alternância entre passado e presente é, talvez, o elemento mais conseguido da narrativa. Esse movimento entre tempos oferece ao leitor um olhar mais amplo sobre as personagens, permitindo compreender não apenas o que as define no momento presente, mas também as feridas, escolhas e hesitações que as moldaram.
No entanto, apesar desta estrutura eficaz, a força narrativa acaba por não acompanhar plenamente as ambições do livro. A escrita, embora competente, por vezes parece hesitante, como se se detivesse demasiado em pormenores que não acrescentam profundidade real à história. Falta-lhe, em certos momentos, uma intensidade que sustente o impacto emocional que o enredo promete. A sensação que fica é a de um terreno literário fértil, mas explorado com alguma contenção, deixando-nos a desejar um desenvolvimento mais vigoroso, mais ousado ou mais incisivo.


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