(imagem do Google)
No último degrau da escada
sentei a minha memória,
que começou a contar a história
de uma vida passada.
E a memória sentou-se ao lado
de todos quanto amei,
conversou com eles como eu conversei
num tempo ultrapassado.
Deu as mãos aos meus amigos,
suplicou-lhes uma aventura
vivida nessa nossa infância pura,
tempos perdidos, esquecidos…
Passou a mão pelo rosto dos mais novos
primos, amigos, vizinhos…
fê-los sorrir com os carinhos
que eram, nessa época, tão nossos!
Pousou o pé hesitante
naquele chão que pisávamos
nos momentos em que nos encontrávamos
para um dia emocionante.
Sorriu ao ver-me passar
de mão dada com a avó
nunca triste, nunca só,
sempre correr e a saltar.
A minha memória reviveu momentos,
conseguiu observar tudo
o que estava quieto e mudo
no vão da escada de outros tempos.
Peguei-lhe, então com cuidado,
para não a perder,
e nunca mais esquecer,
tudo o que havia observado.
Célia Gil
1 Comentarios
Lindas recordações não se esquecem. Perduram na alma ao longo da vida. Adorei. Beijos com carinho
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