livro O Amor nos Tempos de Cólera

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O Amor nos Tempos de Cólera, Gabriel García Márquez

   É um romance em que a história de Fermina Daza e Florentino Ariza surge contada através de uma grande analepse e comprova que o amor pode existir até à morte como uma promessa adiada, mas inevitável, apesar das contingências, das fatalidades e do envelhecimento das personagens. Estas são muito bem construídas e credíveis, prendendo-nos desde o primeiro momento. Fermina exale sensualidade, distinção e caráter.
   Fermina, conquistada pelo romantismo de Florentino, por meio de súplicas, músicas tocadas no seu violino, flores, poemas líricos, sofre quando o pai decide afastá-la deste amor imprudente. Quando regressa e reencontra Florentino, pondera se realmente o ama ou se criou dele uma imagem que não existia, pois não sente a mesma atração de antes. Acaba por casar com o médico Juvenal Urbino, com quem vive uma vida inteira e com quem é feliz.
   Pelo meio desta relação e das aventuras amorosas de Florentino, ou a traição de Urbino com uma morena estonteante, ocorrem encontros casuais, em que Fermina se mostra altiva e, aparentemente, o ignora. Florentino, neste seu amor platónico não correspondido, envolve-se com várias mulheres, sem nunca pôr de parte uma futura relação com Fermina.
   Quando Urbino morre, ao tentar apanhar o papagaio que lhe fugira para a mangueira, Florentino volta a acreditar que ainda poderá resgatar o amor, malgrado toda uma vida que já passou e a sua condição irremediável de velhos. Depois de conseguir que ela o aceitasse em sua casa, em encontros de amigos, em longas conversas, em novas cartas, em esperas indefinidas, consegue convencer Fermina a fazer uma viagem nos barcos fluviais, onde acabou por enriquecer para a conquistar. Constituirá esta viagem a concretização deste amor que os acompanhou ao longo de uma vida? Não serão demasiado velhos para viver umas núpcias? Até onde poderá ir a obsessão de amor de Florentino?
   Vale a pena ler este romance pautado pelo sentido de humor, pela poesia, pelo realismo, pelo ritmo alucinante, porque constitui, com efeito, um hino à vida e ao amor.

Gabriel García Márquez nasceu em 1927 em Aracataca, no México. Terminando os seus estudos secundários, ingressou no curso de Direito da Universidade de Bogotá, mas não o chegou a concluir. Fascinado pela escrita, transferiu-se para a Universidade de Cartagena, onde recebeu preparação académica em Jornalismo. Publicou o seu primeiro conto, "La Hojarasca", em 1947. No ano seguinte, deu início a uma carreira como jornalista, colaborando com inúmeras publicações sul-americanas. No ano de 1954 foi especialmente enviado para Roma, como correspondente do jornal El Espectador mas, pouco tempo depois, o regime ditatorial colombiano encerrou a redação, o que contribuiu para que Márquez continuasse na Europa, sentindo-se mais seguro longe do seu país. 
Em 1955 publicou o seu primeiro livro, uma coletânea de contos, "La Hojarasca".
Em 1967 publicou a sua obra mais conhecida, o romance Cien Años De Soledad ("Cem Anos de Solidão"), romance que se tornou num marco considerável no estilo denominado como realismo mágico. Escreveu ainda El Otoño Del Patriarca (1977); Crónica De Una Muerte Anunciada (1981, "Crónica de uma Morte Anunciada); El Amor En Los Tiempos De Cólera (1985, "Amor em Tempos de Cólera"), El General En Su Laberinto (1989). Em 2003, as Publicações D. Quixote editam, deste autor, Viver para Contá-la, um volume de memórias de Gabriel García Márquez, onde o autor descreve parte da sua vida. Gabriel García Márquez foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1982. 
Morreu a 17 de abril de 2014, aos 87 anos, em sua casa na Cidade do México, ao lado da mulher Mercedes e dos seus dois filhos.


                                                                                                          Célia Gil

1 Comentarios

  1. Ótima indicação esse livro.Ele é sempre maravilhoso! bjs, lindo fds! chica

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