Pérez-Reverte,
Arturo (2018). Eva. Alfragide: Edições ASA.
368
páginas
Início
da leitura: 22/05/2020
Fim da
leitura: 25/05/2020
Eva é um livro escrito por Arturo
Pérez-Reverte, traduzido por Cristina Rodriguez e Artur Guerra. É um policial, repleto
de ação.
Tudo
se inicia em Lisboa, com a frase de Falcó, e passo a citar “Não quero que me
mate esta noite, pensou Lorenzo Falcó. Desta maneira não.” O leitor fica
irremediavelmente preso e tem todo o interesse em saber quem persegue Falcó e
porque o pretende matar. Tudo acontece num ritmo rápido, estilo cinematográfico.
Atrás de si, passos soavam cada vez mais próximos e, ainda antes de conhecermos
a personagem, já sofremos com ela. O coração pulsa mais rápido, à medida que se
aproximam. Todo o itinerário decorre em Lisboa, desde o café Martinho da
Arcada, o teatro Éden, ao restaurante do Hotel Avenida Palace, entre tantos
outros espaços que vamos reconhecendo.
Não
é, no entanto, um romance histórico, Pérez descreve-o como “um romance policial
negro de espiões situado nos anos 1930-40 e com uma abordagem nova.”
Falcó
é o ex traficante de armas, agente secreto ao serviço do franquismo, sedutor, bonito,
elegante, bem-educado, cínico, machista, violento e cruel, com um grande sentido
de humor e despudor. É o estilo lobo manhoso e inteligente, o que lhe permite
sobreviver num meio hostil. Um vilão honrado, que nos vai surpreendendo à
medida que a intriga avança, que ama a aventura pela aventura, as mulheres
pelas mulheres, o risco pelo risco.
Eva
é uma mulher fatal, espia soviética, comunista, obediente a Estaline.
Estamos
em 1937 e Falcó tem de se apoderar de 30 toneladas de barras de ouro do banco de
Espanha, guardadas num navio com destino à Rússia.
Falcó
e Eva parecem viver uma relação escaldante, um franquista e uma espiã soviética,
que não se encaixa no seu perfil de relacionamento com mulheres, mas a única a
quem é leal e ama. São eles os sobreviventes que regressam a Salamanca.
E
mais não digo. Terão de descobrir todos este tramas e vigarices com a leitura
de Eva de Arturo Pérez-Reverte.
Célia Gil
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