Mulheres Sem Nome, Martha Hall Kelly

Kelly, Martha Hall (2017). Mulheres Sem Nome.  Lisboa: Minotauro.
Nº de páginas: 483
Leitura iniciada no dia 25/04
Leitura Terminada no dia 01/05

Mulheres Sem Nome é um romance escrito por Martha Hall Kelly, traduzido por Marta Neves da Cruz, a que ninguém fica indiferente. Bem escrito, poderoso e com uma história feita de várias histórias que se cruzam na perfeição. Uma história verídica, tendo em conta que duas das personagens existiram na vida real e foram representadas pela escritora, neste livro, de forma justa e realista.
Não é fácil falar de um livro quando este nos arrebata e nos deixa completamente rendidos à história e às personagens. Quando irrompemos pelas vidas delas e elas pela nossa, para nos deixar mais ricos, mais conscientes, mais despertos e com a noção de que a força de alguns só existe quando exercida sobre os mais suscetíveis. Por isso mesmo, não é força, é tirania.
Esta é a história de mulheres diferentes, no que concerne à nacionalidade, idade, personalidade e vivência, cujos caminhos acabam por se entrelaçar a dada altura da sua vida.
Caroline Ferriday é uma ex atriz socialite de Nova Iorque, que trabalha como voluntária no Consulado de França e que se dedica ainda a causas nobres, como a ajuda voluntária de crianças órfãs e, mais tarde, à causa das “Coelhas”, vítimas do Holocausto.
Kasia Kuzmerick é uma jovem, que mora na Polónia, que é levada, com a mãe e irmã para um campo de concentração. Ela e a irmã Zuzanna acabam por ser operadas no campo de concentração, com outras 62 mulheres. Nessas operações, eram-lhes introduzidas bactérias, lenha, vidro, sílica moída e outros materiais. Eram cosidas e engessadas até desenvolverem gangrena. Em seguida, eram introduzidas sulfamidas. Estas operações afetavam irremediavelmente os ossos, os músculos, o sistema gástrico e, posteriormente, o cérebro. A mãe de Kásia e Zuzanna era uma das prisioneiras enfermeiras. No meio de todos estes acontecimentos e apesar dos traumas consequentes, Kásia foi sempre o pilar da família, a força que permitiu que ela e a irmã se mantivessem sempre juntas.
Herta Oberheuser era uma ambiciosa médica alemã, que aceitou o cargo de médica do Regime Nazi e, apesar de, inicialmente, parecer reprovar tudo o que se fazia no campo de concentração, acabou por se integrar, fazendo apenas o que lhe pudesse dar alguma projeção. Foi ela que operou as “Coelhas”. No fim de tudo, foi julgada, fugindo ao enforcamento, com uma pena de 20 anos, de que só cumpriu 5 anos, retomando a medicina na Alemanha como médica de família.
Mas estas mulheres acabam por se cruzar, o que marca uma reviravolta nas suas vidas. De que forma se conheceram, em que circunstâncias? Que influência teve esse facto nas suas vidas?

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