A Força do Amor, Angela Hart

 Hart, Angela (2019). A Força do Amor. Lisboa: Marcador Editora.


Nº de páginas: 240

Início da leitura: 26-08-2020

Fim da leitura: 28-08-2020


A Força do Amor é um livro de Angela Hart, traduzido por Carla Morais Pires.

Para quem gosta de histórias reais e que envolvam crianças, esta é uma dessas histórias.

Angela e Jonathan constituem uma família de acolhimento, que vive em Inglaterra, já com alguma vasta experiência em acolhimento de crianças e jovens, quando acolhem Keeley. Porém, esta menina de oito anos vai revelar-se diferente de todas as crianças e jovens que acolheram.

 Keeley é uma criança verdadeiramente difícil e com a qual não sei se conseguiria lidar. Embirrenta, má, capaz das maiores atrocidades em relação a outras crianças e mesmo adultos, capaz de ofensas graves e de utilizar uma linguagem muito malcriada e ofensiva.

Admirei a coragem desta mãe de acolhimento, pela sua resiliência, paciência, capacidade de ponderar sempre o que estava para trás e que terá tornado esta criança assim, tão amarga e maquiavélica. Nem sempre foi fácil, momentos houve em que Angela ponderou se estaria a fazer o correto, se conseguiria ultrapassar estas dificuldades e tornar a vida de Keeley mais feliz. Mas há em Angela uma força interior capaz de perdoar, capaz de ponderar, que a torna tão forte e tão compreensiva, o que, realmente, me leva a admirá-la.

Como já mencionei, eu não teria este “estofo” para ultrapassar todas estas provações. Em determinados momentos, fiquei com os nervos em franja e com vontade de dar umas boas reprimendas a esta criança de comportamento tão detestável. Porém, fez-me pensar, qual a melhor forma para lidar com crianças que tiveram uma infância de abusos e rejeições? Até que ponto se pode aceitar tudo, todo o comportamento atual em função desse passado? Onde se situa o limite, quando esta situação ultrapassa todos os limites? Será o amor uma força suficientemente forte para ultrapassar todos os traumas?

Um livro que nos envolve, nos faz “suar”, questionar e ponderar. Vale a pena ser lido por quem gosta destas temáticas.

O facto de ter sido representante da Educação numa Comissão de Proteção de Crianças e Jovens durante três anos, faz com que sejam temáticas que me interessam.

Dou a este livro **** estrelas.

                                                                                  Célia Gil

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