Claudel, Philippe (2004). Almas Cinzentas. Lisboa: ASA Editores Lda.
Nº de
páginas: 192
Início
da leitura: 07-08-2020
Término
da leitura: 09-08-2020
Almas Cinzentas é um livro escrito por Philippe
Claudel e traduzido do francês por Isabel ST. Aubyn. Philippe Claudel nasceu em
Lorena, em 1962 e este romance ganhou o Prémio Renaudot em 2003.
Almas Cinzentas constitui uma
metáfora da alma humana, uma vez que esta não é propriamente linear,
está muitas vezes entre o preto e o branco, o mal e o bem. É nesse limiar
cinzento que vive a alma humana.
É um romance duro, muito bem
escrito, sobre mistérios que nunca se chegam a perceber, porque nem tudo tem de
ser explicado, nem tudo tem explicação, entre o lado certo e o errado há uma
linha tão ténue e fácil de transpor… Como nos é dito no livro “…o mal não é
mais do que uma ideia e a dor uma efabulação da alma” (pág. 131).
Tudo se passa numa pequena
povoação, Lorena, onde é encontrado o cadáver de uma menina de dez anos. O
assassinato é atribuído a um jovem desertor que é executado, ainda que haja uma
testemunha que terá presenciado um encontro da criança com outra personagem.
Este romance acaba por extrapolar
todos os estereótipos em relação ao perfil dos criminosos. Decorre toda
em torno de um inquérito sobre um crime, a dor do narrador e dos próprios
homens, numa tentativa de entender a alma humana. Até que ponto podemos ou
estamos aptos a julgar os outros?
Adorei esta incursão pela alma
humana, que convida à introspeção, à reflexão sobre nós próprios, a nossa
existência, os nossos princípios, medos, angústias.
É incrível como se pode falar de
um crime hediondo numa linguagem simples, bonita, quase poética! Aconselho
vivamente.
***** estrelas
1 Comentarios
Entre outros, esse livro veio parar às minhas mãos esta semana e depois de ler as sinopses de cada um (todos dentro do mesmo género) decidi que esse seria o primeiro a ser lido. Agora que li a sua opinião, mais me convenço que foi uma boa decisão. Vamos ver qual será o resultado.
ResponderEliminarurmystars.blogspot.com