Stoner, John Williams

Williams, John. Stoner. Alfragide: Publicações Dom Quixote, 2014.

Tradução: Tânia Ganho

Nº de páginas: 263

Início da leitura: 23/01/2023

Fim da leitura: 27/01/2023

**SINOPSE**

Romance publicado em 1965, caído no esquecimento. Tal como o seu autor, John Williams - também ele um obscuro professor americano, de uma obscura universidade.
Passados quase 50 anos, o mesmo amor à literatura que movia a personagem principal levou a que uma escritora, Anna Gavalda, traduzisse o livro perdido. Outras edições se seguiram, em vários países da Europa. E em 2013, quando os leitores da livraria britânica Waterstones foram chamados a eleger o melhor livro do ano, escolheram uma relíquia.
Julian Barnes, Ian McEwan, Bret Easton Ellis, entre muitos outros escritores, juntaram-se ao coro e resgataram a obra, repetindo por outras palavras a síntese do jornalista Bryan Appleyard: "É o melhor romance que ninguém leu". Porque é que um romance tão emocionalmente exigente renasce das cinzas e se torna num espontâneo sucesso comercial nas mais diferentes latitudes? A resposta está no livro. Na era da hiper comunicação, Stoner devolve-nos o sentido de intimidade, deixa-nos a sós com aquele homem tristonho, de vida apagada. Fechamos a porta, partilhamos com ele a devoção à literatura, revemo-nos nos seus fracassos; sabendo que todo o desapontamento e solidão são relativos - se tivermos um livro a que nos agarrar.

Um livro esquecido entre 1965, data da primeira publicação, e 2013, em que foi recuperado e reconhecido pela crítica. Foi lançado em Portugal em 2014. 
Este livro conta-nos a vida se Stoner, um jovem oriundo de famílias pobres que trabalhavam no campo, desde os tempos em que foi para a Universidade, e que, para estudar, tinha de trabalhar na quinta do casal que o acolheu. Foi durante os seus estudos na Escola Agrária, que descobriu a sua paixão pela literatura inglesa. Acaba por se tornar professor. Mas corresponderá a sua carreira à diferença que ele sonhou fazer? Conseguirá ele demonstrar e instigar nos seus alunos o amor que sente pela literatura? 
Todos sonhamos, seguimos os nossos ideais de vida, mas tornar-nos-ão esses ideais naturalmente felizes? 
Stoner apaixonou-se por uma rapariga reservada e casou-se com ela. Porém, casou-se não apenas com ela, mas com todos os seus medos e reservas. Poderá um amor platónico vingar? O que sente, afinal, Stoner por esta mulher tão complicada, tão fria, tão esquiva? Esta mulher que apenas alterou o seu comportamento relativamente à intimidade com Stoner para ter uma filha e repudiá-lo logo a seguir. E Stoner passa por tudo isto, a nível profissional e familiar como um espectador, cada vez mais solitário, cada vez mais fechado nas suas rotinas.
Quantas vidas não foram tecidas desta forma, sem questionar a verdadeira felicidade? Afinal, o que é a felicidade? Não terá Stoner, à sua maneira, sido feliz?
Um livro de escrita leve mas elegante e que vos fará refletir. Recomendo.

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