A Criada, Freida McFadden

 McFadden, Freida (2023). A Criada. Lisboa: Alma dos Livros.

Tradução: Carla Ribeiro
Nº de páginas: 336
Início da leitura: 04/06/2023
Fim da leitura: 06/06/2023

**SINOPSE**
"Por trás de cada porta, ela consegue ver tudo.

«Bem-vinda à família», diz Nina Winchester enquanto me cumprimenta com a sua mão elegante e bem cuidada. Sorrio educadamente e olho para o longo corredor de mármore.

Este emprego caiu-me do céu. Talvez seja a minha última oportunidade para mudar de vida. E o melhor de tudo é que aqui ninguém sabe nada acerca do meu passado. Posso esconder-me e fingir ser aquilo que eu quiser. Infelizmente, não tardo a descobrir que os segredos dos Winchester são muito mais perigosos do que os meus…

Todos os dias limpo a bela casa dos Winchester de cima a baixo, vou buscar a filha deles à escola e cozinho uma deliciosa refeição para toda a família antes de subir e comer sozinha no meu quarto minúsculo no sótão.

Tento ignorar a forma como Nina gera o caos só para me ver limpar. Como conta histórias inverosímeis sobre a filha. E como o seu marido, Andrew, parece cada dia mais destroçado. Quando o vejo, e àqueles belos olhos castanhos tão tristes, é difícil não me imaginar no lugar de Nina. Com o marido perfeito, a roupa chique, o carro de luxo. Um dia, experimentei um dos seus vestidos só para ver como me ficava. Mas ela percebeu... e foi aí que descobri porque é que a porta do meu quarto só trancava pelo lado de fora...

Se sair desta casa, será algemada.
Devia ter fugido enquanto podia. Agora, a minha oportunidade desapareceu. Agora que os polícias estão na casa e descobriram o que está no andar de cima, não há volta atrás.
Estão a cerca de cinco segundos de me ler os direitos. Não sei muito bem porque não o fizeram ainda. Talvez esperem induzir-me a dizer-lhes algo que não devia.
Boa sorte com isso.

O polícia com o cabelo preto raiado de grisalho está sentado ao meu lado no sofá. Muda a posição do seu corpo entroncado sobre o cabedal italiano cor de caramelo queimado. Pergunto-me que tipo de sofá terá em casa. Não um, certamente, com um preço de cinco dígitos como este. Provavelmente de uma cor foleira como laranja, coberto de pelo de animais de estimação e com mais do que um rasgão nas costuras. Pergunto-me se estará a pensar no seu sofá em casa e a desejar ter um como este. Ou, mais provavelmente, está a pensar no cadáver lá em cima no sótão."

Este é um thriller essencialmente psicológico, que nos envolve, nos faz sentir na própria história e cujo "suspense" se vai adensado até estarmos irremediavelmente presos nas teias, nas surpresas com que vamos sendo confrontados. Lê-se num ápice, é um livro relativamente leve, mas que nos coloca problemáticas muito atuais. Quando Millie começa a trabalhar como criada em casa de Nina e Andrew, chamou-me a atenção a pequena Cecelia, uma criança aparentemente super mimada e malcriada. Depois, no meio de um ambiente de luxo e alguma presunção, ao ponto de a colocarem a dormir num exíguo quarto no sótão, cuja fechadura fechava a penas por fora, comecei a temer por Millie. Nina mostra-se uma mulher muito desequilibrada, parecendo ter dupla personalidade. Apenas Andrew, muito apaixonado pela esposa, parece conseguir acalmar os ânimos que, por vezes, se exaltam. O que poderia tornar a dona da casa, Nina, uma mulher com uma vida facilitada, sem falta de dinheiro, por vezes, tão desleixada? Qual a razão das suas repentinas mudanças de humor? Seria uma pessoa desequilibrada? Porquê?
Não deixem de ler e de se surpreender com esta história muito bem construída.

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