As Mães, Brit Bennett

 Bennett, Brit (2016). As Mães. Lisboa: Alfaguara.

Tradução: Eugénia Antunes
Nº de páginas: 328
Início da leitura: 21/06/2023
Fim da leitura: 23/06/2023

**SINOPSE**
"O romance de estreia de Brit Bennett, autora do fenomenal a outra metade e herdeira da tradição literária norte-americana firmada por James Baldwin, Toni Morrison e Chimamanda Ngozi Adichie.

Sobre o pano de fundo de uma comunidade afro-americana marcada pela religião, no Sul da Califórnia, As Mães conta uma história comovente e perspicaz sobre amor e ambição. Tudo começa com um segredo: «Todos os bons segredos têm um determinado sabor antes de os contarmos, e, se tivéssemos demorado mais algum tempo a degustá-lo, teríamos porventura reparado na acidez típica de um segredo ainda por amadurar, colhido cedo demais, rapinado e propagado antes do tempo certo.»

Nadia Turner está no fim do liceu e é uma adolescente rebelde, angustiada, muito bonita. Imersa no luto após o suicídio da mãe, envolve-se com Luke, um rapaz um pouco mais velho, filho do pastor da comunidade. São miúdos, não é nada sério. Mas desse romance resultará um segredo com um impacto duradouro. Pouco depois, Nadia abandona a terra natal, para forjar uma vida só sua.

Os anos passam. Já adultos, Nadia, Luke e Aubrey, a melhor amiga, ainda vivem no rescaldo da escolha que fizeram naquele Verão à beira-mar, enredados num estranho triângulo amoroso e perseguidos pela dúvida: como seria agora, se tivessem, então, feito uma escolha diferente?

Numa prosa encantatória e desafiante, As Mães revela que as escolhas que seguimos deixam marca até ao fim."

Este é o segundo romance que leio da autora, que não desiludiu. Muito bem escrito, com uma linguagem fluída que apetece ler.
Neste livro acompanhamos a história de três jovens: Nadia, Aubrey e Luke. Nadia sofre com a perda da mãe, que se suicidou, numa pequena povoação muito crente, em que o suicídio não era visto com bons olhos. Nadia sente-se sempre culpada, acha que a mãe se suicidou por sua causa. Certo é que sente, ao longo da adolescência a falta de uma mãe. A certa altura, envolve-se com Luke, de quem fica grávida. Quando Nadia conhece Aubrey na Igreja chamada "As Mães", onde passa a trabalhar, fica a saber, pela primeira vez, o que é uma amizade verdadeira. Luke, sendo filho do pastor, é um rapaz demasiado dependente dos pais, dos seus estigmas e preconceitos. Mas a vida dá muitas voltas, ainda mais quando Nadia entra para a Universidade e se vê obrigada a partir. Conseguirá Nadia, num local distante, esquecer que estivera grávida? Esquecer Luke?
Uma história de amadurecimento, de segredos, que decorre numa comunidade afro-americana, com as suas crenças e os seus preconceitos, que nos prende e avassala. Afinal, que tipos de mães existem? As que se sacrificam pelos filhos, as que acarinham os seus e os filhos dos outros, as que abandonam, as que matam antes mesmo de se nascer, as que desejam fervorosamente o filho, as que traem...O que as leva a serem desta ou daquela forma?
Recomendo muito a leitura deste livro!

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