Ondjaki (2020). O Livro do Deslembramento. Alfragide: Editorial Caminho.
N.º de páginas: 208
Início da leitura: 04/04/2025
Fim da leitura: 05/04/2025
**SINOPSE**
"Tal como em outras obras de Ondjaki, a ação de O Livro do Deslembramento localiza-se em Luanda no período em que, após os acordos de Bicesse, a guerra civil parou, e houve eleições em Angola pela primeira vez. Mas em pouco tempo reacende-se a guerra civil. Como diz o narrador, «aquela guerra que nunca ninguém nos apresentou ou explicou, a guerra que sempre tinha "andado lá longe" sem nos ameaçar assim nas ruas da nossa cidade, no nosso mar, nas nossas praias, nas nossas famílias».
É essa Luanda que nos é aqui apresentada pelos olhos de uma criança. Essa Luanda em que «uma pessoa não sabe passar um dia só sem inventar uma estória». E as histórias seguem-se, numa estudada circularidade, até à última página. Mas aqui chegados tudo muda. Aquele mundo, vivido como uma história de encantar, tem debaixo de si um vulcão prestes a explodir.
O Livro do Deslembramento é certamente uma das mais belas obras de autoficção da literatura em língua portuguesa. E Ondjaki, neste ano de 2020 em que passam precisamente vinte anos sobre a publicação do seu primeiro livro, dá-nos agora um dos seus melhores romances."
É essa Luanda que nos é aqui apresentada pelos olhos de uma criança. Essa Luanda em que «uma pessoa não sabe passar um dia só sem inventar uma estória». E as histórias seguem-se, numa estudada circularidade, até à última página. Mas aqui chegados tudo muda. Aquele mundo, vivido como uma história de encantar, tem debaixo de si um vulcão prestes a explodir.
O Livro do Deslembramento é certamente uma das mais belas obras de autoficção da literatura em língua portuguesa. E Ondjaki, neste ano de 2020 em que passam precisamente vinte anos sobre a publicação do seu primeiro livro, dá-nos agora um dos seus melhores romances."
Sempre adorei a forma como Ondjaki usa da palavra escrita para nos contar histórias. O narrador é uma criança e é aos olhos dela que nos vão sendo apresentadas as personagens e as narrados os acontecimentos. É daqueles livros que lemos com um sorriso e que nos deixa bem dispostos, mesmo quando nos são narrados os acontecimentos de cada dia, sobretudo nos dias de paz, em que a família se junta para comer e beber. Gosto do jeito coloquial, dos neologismos, das expressões típicas de Angola, de me recordar de alguns manjares, das imagens sensoriais, do ritmo hipnótico, que nos mantém presos do início ao fim. Mas, nem tudo são momentos bons...
Aconselho vivamente.
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