As Terças com Morrie, Mitch Albom

Albom, Mitch (2025). As Terças com Morrie. Porto: Albatroz.

Tradução: Alexandra Guimarães
N.º de páginas: 168
Início da leitura: 16/07/2025
Fim da leitura: 17/07/2025

**SINOPSE**
"A noção da própria mortalidade é uma grande professora e uma fonte de sabedoria.
Quando Mitch Albom reencontra Morrie Schwartz, o seu antigo professor universitário, não imagina que esse momento se tornaria numa jornada de profunda reflexão e transformação. Morrie, que enfrenta os últimos meses de vida devido à Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), torna-se, mais uma vez, o mentor de que Mitch precisa – não apenas para entender a vida, mas para aprender a viver. As Terças com Morrie é um relato emocionante de encontros semanais que vão além de simples conversas. A cada lição de Morrie, há um convite para refletirmos sobre as nossas escolhas, repensarmos as nossas prioridades e aproveitarmos da melhor forma o tempo que temos. Uma obra imprescindível para quem deseja redescobrir o que realmente importa e viver com mais significado, propósito e amor.
Uma inesquecível história de amizade, sabedoria e busca pelo verdadeiro sentido da vida."

As Terças com Morrie é uma obra comovente e profundamente humana, que transcende o relato biográfico para se tornar uma verdadeira lição de vida. Mitch Albom reconstrói, com sensibilidade, os últimos meses de vida do seu antigo professor, Morrie Schwartz, diagnosticado com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), e transforma esse reencontro tardio numa série de conversas transformadoras sobre os grandes temas da existência.

Apesar de não ser uma leitura de estrutura linear fácil – com alternâncias entre passado e presente que exigem atenção do leitor – essa fragmentação acaba por espelhar a própria complexidade da memória, da reflexão e da condição humana. A narrativa é entrecortada por memórias, trechos de entrevistas e episódios da juventude, compondo uma teia rica que aprofunda o impacto emocional da história.

O mais impressionante, contudo, é a forma serena, quase luminosa, com que Morrie encara a sua doença terminal. Ao contrário da expectativa comum diante da morte – sofrimento, revolta, resignação amarga – Morrie transforma o processo de morrer num exercício de sabedoria e amor. A dor inicial dá lugar a uma aceitação madura, onde o medo é superado pela rotina, e o foco se desloca para aquilo que realmente importa: os afetos, os vínculos, a entrega genuína ao outro.

A lição maior que o livro nos oferece é essa: o que nos mantém vivos é o amor. Não o amor romântico ou idealizado, mas o amor que se manifesta no cuidado com o outro, na escuta, no toque, no tempo que se doa. Em meio à desgraça física, há uma grandeza moral e espiritual que emerge com força: a de que a vida ganha sentido apenas quando nos dedicamos aos outros, não com posses, mas com presença e compaixão.

Este livro não é apenas sobre a morte, mas sobretudo sobre a vida – vivida com propósito, empatia e verdade. É uma obra que, embora dolorosa, conforta. Embora triste, inspira. E, acima de tudo, ensina que mesmo nas circunstâncias mais difíceis, é possível escolher o amor como resposta. Aconselho vivamente.

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