Carta ao Pai, Franz Kafka

Kafka, Franz (2024). Carta ao Pai, 1919. Lisboa: Penguin Random House Grupo Editorial.

Tradução: Isabel Castro Silva
N.º de páginas: 152
Início e fim da leitura:12/05/2025

**SINOPSE**
"Em novembro de 1919, Franz Kafka escreveu uma extensa missiva dirigida ao pai, Hermann Kafka, na qual expurgava décadas de abusos psicológicos. Esta carta, a mais famosa do século XX, nunca chegou ao destinatário, mas a sua publicação póstuma permitiu a gerações de leitores testemunharem uma história de violência doméstica e a subsequente devastação de um filho às mãos de um pai tirano.

Lúcida e pungente, Carta ao Pai é um poderoso exercício de autoanálise e um valioso documento histórico e literário, sem o qual a nossa compreensão da obra de Franz Kafka seria, necessariamente, muito diferente."
Esta Carta ao Pai não é uma carta de carinho ou de amor de um filho para com o pai. É antes uma carta de reprimenda, de desabafo total, uma carta profundamente pessoal e reveladora. Nela, o autor expõe, de forma intensa e introspetiva, a complexa relação com o seu pai, Hermann Kafka, oferecendo uma visão íntima dos conflitos emocionais e psicológicos que influenciaram a vida e a obra de Kafka. 
Aborda temas como a autoridade paterna opressiva, que incutia um medo constante, o sentimento de inadequação, a dificuldade de comunicação e uma influência negativa na sua maneira de ser. Descreve o pai como uma figura dominante e crítica, cuja presença esmagadora contribuiu para sua insegurança e autocensura. Essa dinâmica é explorada com profundidade, revelando como a relação teve impacto na sua autoestima e desenvolvimento pessoal.
Recomendo!
Exemplos: "Certa noite não parava de choramingar a pedir água, decerto não por sede, provavelmente em parte para irritar, em parte para me entreter. Depois de algumas ameaças fortes, que não serviram para nada, tiraste-me da cama, levaste-me para a pawlatsche e deixaste-me aí por um tempo sozinho, diante da porta fechada, em camisa de dormir. (...) passei a obedecer, mas sofri um dano interior."
"Mais um sinal da tua total incompreensão é que possas julgar que eu, o receoso, o hesitante, o desconfiado, decidiria bruscamente casar-me por me encantar com uma blusa."

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