Filha da Louca, Maria Francisca Gama

Gama, Maria Francisca (2025). Filha da Louca. Lisboa: TopSeller.

N.º de páginas: 224
Início da leitura: 29/05/2025
fim da leitura: 31/05/2025

**SINOPSE**
Esta é a história de uma família: de um pai e marido que não sabia ser melhor, de uma filha que se esforçava por cumprir todos os papéis e de uma mãe e mulher que, aos olhos de todos, era louca.
Matilde viveu com os pais, Clara e António, até aos 18 anos, altura em que a mãe morreu. Sete anos depois, vê-se órfã, agora, também sem pai. E é então, dois dias depois da mudança abrupta - a solidão, a perda de referências, o silêncio e o vazio da casa -, que Matilde descobre algo que muda, irremediavelmente, a sua vida.

Uma narrativa comovente sobre como a infância e a adolescência se entranham em nós, sobre o peso do passado e da família, e como a morte de quem nos antecede cria um misto de vazio e liberdade. Filha da Louca é, acima de tudo, um romance sobre como julgamos os outros e os diminuímos a rótulos, sem sabermos quem são ou do que precisam.

Maria Francisca Gama, autora d’ A Cicatriz, tece novamente, uma história poderosa e melancólica, que nos arrebata da primeira à última página.

«Era nesta máxima que eu me concentrava para a amar: a minha mãe não é manipuladora, nem sádica, nem perversa. Se ela pudesse, não seria assim.»
Gosto da forma como Maria Francisca Gama escreve, direta, sem floreados. Porém, de uma intensidade e correção desconcertantes. Desde o início das histórias, que nos transportamos para os espaços das personagens e as acompanhamos nos seus dramas pessoais. E, como oxigénio de que precisamos para respirar, assim ficamos dependentes da página seguinte. Chegamos ao fim, com o amargor de ter de largar aquelas personagens que nos fizeram sentir, pensar e acompanhar o seu percurso de vida. Não queremos terminar...
Sem dizer muito mais, apenas acrescento que é uma excelente história e que, apesar de o fim, nos deixar boquiabertos, é muito compreensível e vai ao encontro do que a história e as personagens vivenciaram. Não levanto qualquer véu, deixo que partam como eu, sem saber para o que vão e que fiquem tão surpreendidos quanto eu! Muito obrigada, Maria Francisca Gama, por nos permitires entrar neste teu mundo da escrita. Continuamos a aguardar sempre o que publiques!

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