Histórias Soltas Presas Dentro de Mim

Dou comigo a decifrar minh'alma,
seguindo das palavras a pista oculta .
Algumas fazem-me perder a calma,
outras, dão-me paz, ainda que não absoluta.
Algumas reveladoras, outras disfarçadas.
Às vezes ponho-as na minha mão,
observo-as, como conchas fechadas,
tentando libertá-las da opressão.
Mas já me fogem, lânguidas, inatingíveis...
Corro em seu encalço, mas já exausta...
deito-me nelas, nas mais sensíveis,
nas que me acolhem com sua voz cauta.
Descanso então das canseiras diárias,
e invadem-me palavras, maliciosas,
torturantes e revolucionárias,
angustiantes, duras, pretensiosas.
Revolto-me em debates interiores,
afirmo, convicta, meus argumentos
Mas, perante elas em terrores,
perco a luta em todos os momentos.
Cansada acordo, cansada me deito,
perseguida por elas, falsa quimera.
Mas é nelas que sonho e me deleito,
com elas liberto-me do que me aterra,
com elas extravaso o que me vai no peito.
                                                        Célia Gil



(imagem do google)

Um dia deixarei de o ser,
por isso esta busca incessante do que sou
enquanto sou...
Quando deixar de o ser
ninguém mais me procurará,
serei apenas mais um ser a partir,
serei apenas cinza,
recordada ou esquecida,
nada mais...
Não me impeçam,
não tentem impedir-me!
Deixem-me percorrer o meu caminho.
Se tiver de errar,
deixem-me errar!
Se vaguear sem rumo certo,
deixem-me vaguear,
através de palavras
conexas ou desconexas,
mas que fazem parte do meu pensar.
Quero louvar o Sol, a Lua,
o Passado, a Realidade nua,
a Vida, a Poesia,
o Amor, a Ficção,
a Tristeza, a Emoção!
Quero viver plenamente,
continuar a beber
das Tágides a inspiração,
a escrever com o coração,
a libertar palavras fechadas em mim
e ansiosas por se espraiarem na folha em branco.
Porque, um dia,
não mais sairão...
levá-las-ei comigo
para o caixão.
                             Célia Gil


Resultado de imagem para deixar de pensar
(imagem de http://write-to-me.blogs.sapo.pt/1249.html)

Preciso deixar de pensar,
esconder-me das minhas ilusões,
deitar-me no meu bem-estar
e deixar-me de divagações.

Quanto mais penso no que sou
mais procuro o inconsciente,
sou um barco que naufragou
sem encontrar o Oriente.

Deito-me teluricamente,
aspirando o ar da terra,
quero paz para a mente
que a pensar está em guerra.

Quero voltar a ser criança,
não ter de me preocupar,
rumar em direcção à distância,
sem nada procurar.

Quero de mim me ausentar!
                               Célia Gil


Papel de Parede de Noite com lua cheia
(imagem do google)

Quando te vinha contemplar,
ó Lua esplendorosa,
na varanda de minha casa,
tu também me contemplavas
e, juntas, ficávamos
ouvindo a noite ressonar.
Contava-te as minhas histórias,
momentos da juventude
e, juntas, apreciávamos
todas essas memórias.
E, juntas, iluminávamos
a estrada que já aqui não passa.
E, noite após noite,
ali ficávamos…
                             Célia Gil



(imagem do google)

A noite cai sobre nós de mansinho.
No seu alforge traz a solidão
e quando o abre, assim, devagarinho,
espalha o seu breu em qualquer coração.

Os lábios fecham sorrisos diurnos,
os fantasmas do passado regressam
e dormem nos nossos sonhos noturnos
sem que a fé e a realidade os impeçam.

É aí que a solidão nos abraça
e se espalha nas paredes do lar.
O medo cresce, a coragem esvoaça,

as certezas dissolvem no ar.
A vontade, a solidão a enlaça
e só volta quando o dia raiar.
                                      Célia Gil

 Muito fáceis de fazer, ontem entretive-me e fiz estes queques para os filhotes. A receita:

ingredientes:
- 2 iogurtes naturais
- 500 gramas de açúcar
- 2 dl de óleo
- 6 ovos
- 500 gramas de farinha
- 1 colher de sopa de fermento
- sumo de 2 laranjas

Confeção:

Bate-se o iogurte com o açúcar e o óleo. Juntam-se os ovos e bate-se. Por fim, acrescenta-se a farinha, o fermento e o sumo de laranja.
Com uma colher de sopa, enchem-se formas de papel até meio, colocam-se nas formas de queques e vai ao forno a 180 graus até ficarem douradinhos por cima.



Fáceis e fofos. Guardados no frigorífico, agora no verão, são uma delícia.
Bom apetite!

Desta vez venho dar-vos conta das novidades na minha horta de brincar.
As alfaces, de várias qualidades, encontram-se viçosas e tenras.

Já comecei a colher pepinos, tenros e suculentos.

As couves coração

                   

As pencas


As ervas aromáticas parecem uma pequena selva viçosa.


Aqui estão algumas das ervas aromáticas devidamente etiquetadas para não me esquecer das respetivas designações.
As cebolas, já arranquei as primeiras, crescem a olhos vistos e as cenouras são ainda bebés.

Despontam as primeiras courgetes.

As malaguetas começam a ficar vermelhinhas.

A amoreira começou já a ficar com flor.


Todos os dias colho 3ou 4 morangos madurinhos.

Os pimentos estão quase no ponto.

Mais uma semana e os tomates estão maduros.

Já fiz uma sopa de feijão verde e continua a dar.

os melões, melancias e meloas estão floridos. Vamos ver se dão alguma coisa!

Além disto tudo, ando com obras, a colocar o pavimento na parte de trás da casa e a fazer uns anexos com barbecue. Quando estiver pronto mostro. Para já, só fiz ainda os canteiros de flores:


Dividi o canteiro em quatro, com várias flores e casca de pinheiro por cima da rede para não crescerem ervas daninhas.



Um pote antigo, que era da minha avó paterna, e numerado.

E já consigo regar tudo isto com a água do furo.
Boa semana!



Resultado de imagem para palma da mão
(imagem do google)



Quando a vida que eu ambiciono e quero
De mim se esvai como errante quimera,
Sou teimosa o suficiente e espero,
Pois há sempre uma nova primavera.

E quando sinto as forças fraquejarem
Sei que estarás ali para me amparar.
Quando as forças pra sempre me deixarem
Na tua mão me hei de sempre apoiar.

E será na palma da minha mão
Que me apontarás razões pra viver.
Dentro dela tirarás ilusões,

Tirarás amor, paz, fé e alegria,
Que nunca me deixarão esmorecer,
Pra voltar a ter a vida que eu queria.
                                                  Célia Gil


Resultado de imagem para força da natureza
(imagem do google)

Como é que às vezes,
alguém me sabe explicar,
somos forças da natureza
que tudo ousamos enfrentar?

Vem a incerteza,
vem a desgraça,
vem a tristeza
que nos estilhaça.
Vem um turbilhão
de pensamentos,
vem a confusão
de sentimentos.
Vem a ausência
que consome o peito,
vem a violência
de um coração desfeito.
Vem a solidão,
o vazio de morte…
E o nosso coração
não sei como é tão forte!

Mas se sou assim tão forte,
porque fraquejo por nada?
Porque perco de repente o norte
e me sinto desamparada?


Viver contraditório,
de questões irrespondíveis…
Uns dias é velório,
noutros, forças invencíveis.
                                   Célia Gil

Resultado de imagem para limpar as lágrimas de alguém
(imagem do google)
A perfeição não existe, na realidade,
apenas nos projectos que para ela concorrem,
projectos que ficam, morrem,
mas que são tudo menos verdade.

A minha perfeição está na simplicidade
do rio que corre,
na humildade
daquele pobre,
na ingenuidade
do sorriso de uma criança,
na ansiedade,
com que o teu olhar me alcança.

A perfeição está no que me faz e deixa feliz,
em tudo o que é genuíno e autêntico.
A perfeição está nos pequenos gestos
de dádiva e gratidão,
num abraço sentido, num sorriso autêntico,
nos momentos de emoção.

E quando me limpas as lágrimas,
quando me ofereces o teu ombro,
ouves as minhas mágoas,
escutas o meu coração
…é pura perfeição!
                                   Célia Gil



                                                                                                     (imagem de Dreamstime)

Amanhece. Lá fora o sol começa a despontar
num horizonte encantado. Abro a janela
e encho os pulmões do ar da manhã.
É bom acordar para um novo dia,
agradecer a existência, ter projetos,
vislumbrar para além do nascer do sol
sonhos que vão passando como uma fotografia,
ilusões que vão desenhando cores no horizonte.
Nesse momento a minha mente está plena
de missões, projetos, ambições.
A vida acordou cor-de-rosa neste dia de luz,
insuflando novas forças à nossa alma cansada,
rejuvenescendo a mente, acalentando o coração.
Amanhece. Hoje fiz as pazes com a vida!
                                                                   Célia Gil



(imagem do google)


Quando todos os vazios se impõem
jorrados em lágrimas de solidão,
a todas as alegrias se sobrepõem
a tortura, a noite e a escuridão.

Queria eu, poetisa de luz,
acender velas de esperança
em olhos onde já nada reluz,
onde se perdeu a fé, a confiança.

Qual poeta lanterna sinaleira
iluminar todos os vazios,
traçar trilhos de luz na passadeira
de todos os sonhos fugidios.
                                              Célia Gil
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Sobre mim

Professora de português e professora bibliotecária, apaixonada pela leitura e pela escrita. Preza a família, a amizade, a sinceridade e a paz. Ama a natureza e aprecia as pequenas belezas com que ela nos presenteia todos os dias.

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