Strout, Elizabeth (2018). Tudo é Possível. Lisboa: Alfaguara Editora.
Tradutora: Rita
Canas Mendes
Nº de páginas:
240
Início da
leitura: 19/12/2021
Fim da leitura:
21/12/2021
**SINOPSE**
Depois
do sucesso de O Meu Nome É Lucy Barton, Elizabeth Strout regressa com um
mosaico delicado da vida de todos os dias, um retrato íntimo das pessoas comuns
que tentam entender-se e entender os outros, esforçando-se por ultrapassar o
sempre crescente abismo entre o desejar e o ter.
Lançando
um olhar sobre as ambiguidades e ambivalências da alma humana, Tudo É Possível
é um hino à sensibilidade e à compaixão.
**OPINIÃO**
Já
tinha gostado de O Meu Nome É Lucy Barton e Tudo é Possível
retoma essa e outras personagens desse livro, detendo-se em cada personagem,
nas suas próprias relações e famílias, como se de contos se tratasse. Não
necessita, porém, de ser lido por uma ordem específica, se bem que nos permite
já ter tido um contacto com algumas das personagens. E não são contos e há
sempre uma ligação entre as personagens que nos vão sendo apresentadas.
O
foco são as relações humanas, aparentemente comezinhas, mas de tudo quanto se
pensa e nem sempre se diz. O que eu acho do outro? Será que o que digo
corresponde ao que penso? O que nos pode desgostar no outro? Porque não
aceitamos que nem toda a gente cumpra estritamente as regras que a sociedade
nos impõe? Poderemos, aos 70 e muitos anos, deixar um casamento de outros
tantos anos e optar por viver “la vida loca”? Como encaram os filhos a partida
de uma mãe para um país distante, deixando um pai com cancro? Alguma vez o
compreenderão? O sucesso e a riqueza apagarão todo um passado de pobreza e
violência? Até que ponto a sexualidade reprimida e infeliz por receio das
opiniões alheias pode levar à loucura? Quando não conseguimos demonstrar as
nossas emoções, o que nos mantém vivos? Estes são apenas exemplos de muitas
questões que vão sendo levantadas ao longo da leitura. Questões pessoais,
familiares ou que marcaram a infância das personagens, refletindo-se em quem se
tornaram na fase adulta, nos traumas, nas inseguranças...
Apesar
de ter gostado muito deste livro, gostei mais do anterior. Mas, pela riqueza da
linguagem, pela incursão ao universo das emoções mais recônditas e tão humanas,
aconselho vivamente a sua leitura!
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