Um Estranho Lugar para Morrer, Derek B. Miller

Miller, Derek B. (2014). Um Estranho Lugar para Morrer. Alfragide: Edições ASA.

Tradução: Tânia Ganho

Nº de páginas: 304

Início da leitura: 28/03/2022

Fim da leitura: 31/03/2022

**SINOPSE**

Sheldon, um judeu americano, parece ter chegado ao fim da linha. É viúvo, tem 80 anos, e revela sinais de demência. A filha, preocupada, decide levá-lo para Oslo, onde vive com o marido. Um dia, quando o deixa sozinho no apartamento, Sheldon ouve ruídos na escada. Percebe que é uma vizinha a ser perseguida, a tentar proteger desesperadamente um filho pequeno. A mulher acaba por ser morta selvaticamente. Mas o octogenário consegue, in extremis, esconder a criança dos perseguidores. É o ponto de partida de um romance onde tudo nos surpreende. Aos poucos, juntamos as peças do puzzle. Sheldon é afinal um ex-veterano da Guerra da Coreia, que há décadas vive num secreto inferno, a tentar expiar um crime involuntário. Num último esforço para se redimir, assume como missão salvar o filho da vizinha. Numa terra desconhecida para ambos, começa uma fuga épica, que os levará aos confins da Noruega - e uma perseguição implacável, movida por um gangue kosovar.

Um estranho lugar para morrer, considerado o melhor romance do ano por uma série de publicações, desafia qualquer definição. O ritmo e a tensão absolutamente sufocantes remetem para o thriller moderno, do mais fino recorte escandinavo. Mas o autor, um ativista do desarmamento e dos direitos humanos, usa a dramática epopeia de Sheldon para pôr a nu a violência latente na cultura ocidental.

**OPINIÃO**

Este livro deve ser lido com alguma atenção, uma vez que alterna entre vários momentos da vida do protagonista, o que acaba por ir ao encontro da sua possível demência. Sheldon vive entre o presente, com 80 anos, em Oslo, com a neta e o marido desta e vários momentos dispersos do passado, dos quais destaco a morte do filho, a altura do romance com a mulher, antes do nascimento do filho, a sua história na guerra da Coreia, o momento em que a mulher engravida e o nascimento do filho. Fantasmas do passado dispersos que vão surgindo de forma igualmente dispersa na mente de Sheldon.

Mas é no presente que Sheldon assiste ao homicídio de uma vizinha e decide esconder o filho dela, uma criança pequena, para o proteger. É neste momento que começa a aventura que leva Sheldon a empreender uma fuga muito improvável com a criança, que o catapulta para o passado, para o filho que perdeu, para uma culpa que o persegue. Não quer que aconteça o mesmo a esta criança, quase como uma expiação da sua culpa.

Não classificaria este livro como thriller e muito menos estabeleceria comparações entre o autor e Stieg Larsson ou Jo Nesbo. Diria antes que é um drama familiar, com alguma aventura.

É um livro bem escrito, que se torna leve, malgrado a temática abordada.

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