Litteken, Erin (2022). A Guardiã da Memória de Kiev. Alfragide: Edições ASA II.
Tradução:
Marta Jacinto
Nº
de páginas:400
Início
da leitura: 18/07/2022
Fim
da leitura:
**SINOPSE**
Na
década de 1930, os ativistas de Estaline percorreram a União Soviética,
exaltando as maravilhas da agricultura coletiva. Foi o primeiro passo daquela
que viria a ser conhecida como a Grande Fome, que ceifou cerca de quatro
milhões de vidas na Ucrânia. Inspirada pela história que o mundo esqueceu e o
governo russo nega, Erin Litteken tem a coragem de desenterrar o passado. Para
que não voltemos a esquecer-nos.
Em
1929, Katya tem 16 anos e vive com a família numa quinta modesta mas próspera.
Entre o trabalho nos campos, a escola e as animadas reuniões da família e
amigos, os seus dias passam sem grandes preocupações. Katya tem para o futuro
as angústias e os sonhos típicos de uma adolescente. A sua única certeza é o
amor que sente por Pavlo, o rapaz da casa ao lado e companheiro de todas as
suas aventuras. Mas no dia em que os ativistas de Estaline chegam à vila, tudo
muda. Reina agora o medo. À medida que a fome se intensifica, instalam-se o
desespero e a barbárie. As famílias - quer pela morte, quer pela deportação -
fragmentam-se. Mas mesmo nos momentos de maior escuridão, a chama da esperança
teima em brilhar.
Setenta
anos depois, nos Estados Unidos, Cassie descobre o diário da avó. Nada podia
tê-la preparado para a história que lê.
Nada pode preparar-nos a nós, leitores, para a história desta família, que contém em si a História tumultuosa da Ucrânia.
Um
livro muito bom. Gostei das duas histórias que surgiram intercaladas, se bem
que tenha apreciado mais a época referente ao passado – 1930, quando se deu o genocídio contra a
população da Ucrânia, empreendido pelo comunismo soviético de Stalin. Este
genocídio consistia no “holodomor” ou deixar morrer pela fome. Os acontecimentos
narrados e as descrições feitas referentes a esta época são duras e não se
consegue ler de ânimo leve. Fica uma revolta por toda a crueldade de que o ser
humano foi capaz e cresce a incompreensão pelo facto de o Homem não ter
aprendido nada com os erros do passado.
Neste
momento da história, ficamos a conhecer Katya Shevchenko e a irmã Alina; Pavlo,
com quem Katya se casa. O cunhado, marido de Alina, Koyla e uma menina, Hayla.
Esta é uma história trágica de perdas, de luta pela vida, de muita fome e
cativou-me a força de Katya perante todas as provações a que foi sujeita e a
proteção constante de Hayla.
A
outra história é a de Cassie, da filha Birdie, da mãe, Anna, da avó, Bobby e um
amigo da família, Nick. O marido de Cassie morre de um acidente de viação e
Birdie, que ia com ele, é hospitalizada e deixa de falar com o choque. Quando a avó, Bobby, começa a sofrer de
problemas de memória, Anne sugere que Cassie e Birdie se mudem para casa dela,
podendo ser um mútuo apoio, já que elas estão a passar por um mau momento. Cassie
descobre um diário escrito em ucraniano, que parece conter alguns segredos do
passado e dispõe-se a descobrir os segredos que a avó aí guardara. Mas não
desvendo mais. Para conhecer o conteúdo do diário e de que forma se relaciona
com a história de Katya, fica o convite para a leitura deste livro, que
recomendo.
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