Gurnah, Abdulrazak (2022). Vidas Seguintes. Lisboa: Cavalo de Ferro.
Tradução:
Eugénia Antunes
Nº de páginas:
304
Início da
Leitura: 24/07/2022
Fim da Leitura: 25/07/2022
**SINOPSE**
Abdulrazak
Gurnah foi agraciado com o Prémio Nobel de Literatura 2021 «pela forma determinada
e humana com que aborda e aprofunda as consequências do colonialismo e o
destino do refugiado no fosso entre culturas e continentes».
Após
fugir da aldeia onde nasceu, numa região fustigada pela pobreza, pela fome e
pela doença, o jovem Ilyas chega a uma pequena cidade costeira onde assiste a
um desfile da Schutztruppe, a feroz tropa de proteção da África Oriental Alemã.
Anos mais tarde, perante a iminência de uma grande guerra entre Britânicos e
Alemães, que estalaria em Tanga, em 1914, Ilyas decide juntar-se a esse mesmo
exército de mercenários africanos, prometendo à sua irmã mais nova voltar muito
em breve. A promessa fica por cumprir, e o paradeiro desconhecido do irmão
ensombra a vida de Afiya até que ela conhece Hamza, um desertor generoso e
sonhador que conseguiu escapar aos horrores da guerra. Entre ambos nascerá uma
história de amor improvável que ligará as duas famílias, e os continentes
africano e europeu.
Entrelaçando história e ficção, Vidas Seguintes é um romance lúcido e trágico sobre África, o legado colonial e as atrocidades da guerra, bem como as infinitas contradições da natureza humana.
Tinha
expetativas muito elevadas em relação a este livro, talvez pelo facto de o
autor ter sido Nobel da Literatura em 2021. Este foi o seu primeiro livro.
Gostei
da história em si, da articulação entre a história e a ficção, que nos relembra
as atrocidades da guerra, o domínio exercido durante a colonização através da
violência, que traz com ela a fome, a pobreza, as doenças. A ação retrocede a
finais do século XIX e início do século XX e à colonização germânica.
Ilyas
é um jovem que se junta às tropas africanas, mas que, antes de partir, diz à
irmã, Afya, que voltará para a vir buscar. Entretanto, Afya conhece Hamza, um
jovem que conseguiu fugir da guerra, por quem se apaixona. Afya não desiste de
encontrar o irmão e empreende todos os esforços para o encontrar. Conseguirá
ela encontrá-lo?
Apesar
de ter sentido falta de uma linguagem mais trabalhada, mais literária, acho que
é uma boa história e com um desfecho surpreendente. Recomendo.
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