O Lugar das Árvores Tristes, Lénia Rufino

 Rufino, Lénia (2021). O Lugar das Árvores Tristes. Lisboa: Manuscrito Editora.

Nº de páginas: 224
Início da leitura: 07/05/2023
Fim da leitura: 08/05/2023

**SINOPSE**
"Isabel não tinha medo dos mortos. Gostava de passear por entre as campas do cemitério, a recuperar as histórias da morte daquelas pessoas. Quando a falta de alguma informação lhe acicatava a curiosidade, perguntava à mãe...
Quando esta se recusa a dar-lhe uma resposta sobre uma mulher chamada Eulália, Isabel inicia uma busca por esclarecimentos. Só que ninguém quer falar sobre o assunto e, inesperadamente, Isabel vê-se confrontada com uma teia de mentiras, maldade, enganos e crimes que a levam a compreender o passado misterioso da mãe e a forma quase anestesiada da sua existência.
Um romance de estreia profundamente sagaz e envolvente que faz um retrato do interior português preso na tradição religiosa da década de 1970."
Já há algum tempo que tinha este livro para ler. Não me voltem a dizer que não se escreve bem em português. Lénia fê-lo irrepreensivelmente. Uma história de famílias, que, apesar de ficcional, poderia bem ser real, pois é uma história de um tempo antigo, em que muitos crimes ficavam impunes, em que dominava o medo, a mulher não tinha voz e o pároco era a voz absoluta das aldeias.
Esta é a história de Lurdes, uma mulher, que, nos anos 60, numa aldeia alentejana, é ainda uma criança. Vê a sua infância roubada pelo abuso de um homem. O pároco assiste a tudo, sem nada fazer. Fica grávida. É-lhe retirado o filho e enviada para casa de uma tia, numa outra localidade. Conseguirá Lurdes vir a ser feliz e a esquecer toda a mágoa que ficou?
Mais tarde, com uma ordem narrativa invertida, conhecemos a filha de Lurdes, Isabel, que faz tudo para descobrir os segredos que suspeita a família guardar. Aconselho a leitura. 

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