O Vermelho e o Negro, Stendhal

 Stendhal. O Vermelho e o Negro. Lisboa: RBA Editores, 1994.

Tradução: Maria Manuel e Branquinho da Fonseca
Nº de páginas: 464
Início da leitura: 19/05/2023
Fim da leitura: 21/05/2023

**SINOPSE**
Um romance histórico psicológico em dois volumes do escritor francês Stendhal, publicado em 1830. É frequentemente citado como o primeiro romance realista. Definido no período entre o final de setembro de 1826 até o final de julho de 1831, trata das tentativas de um jovem de subir na vida, apesar do seu nascimento plebeu, através de uma combinação de talento, trabalho duro, engano e hipocrisia, apenas para se encontrar traído pelas suas próprias paixões.
Há muito que andava para ler este grande livro, mas senti sempre que não era o momento ideal. Mas por quê esperar? Foi desta!
Este é um romance histórico e psicológico, em que assistimos ao amadurecimento de Julien Sorel, um jovem plebeu, que, pouco compreendido pelo pai, acaba por se aproximar do cura Chélan, que lhe ensina o latim, o que lhe permitiria arranjar emprego como preceptor de crianças de uma família muito rica e conceituada. 
Mas Julien é um jovem excessivamente ambicioso, o que o leva a aproximar-se  de Madame  Rênal, mãe das crianças que ensinava. Porém, a ambição não deixa que Julien permaneça muito tempo com esta família e parte para Paris, onde começará a trabalhar para os De La Mole. Envolve-se em intrigas amorosas, políticas e sociais. E mais não conto.
Gostei muito da escrita de Stendhal. Ainda que, em alguns momentos, tenha sentido que há muitos momentos descritivos e um pouco repetitivos, entendo o propósito e considero que o protagonista foi uma personagem muito bem conseguida e construída, ainda que detestável. Julien torna-se um mestre na arte da manipulação para subir na escala social e económica da época (séc. XIX). E é curioso conhecermos tão bem os pensamentos de Julien, os seus receios, as suas decisões, as suas angústias e "arrependimentos". 
Também é curioso o facto de este livro ter sido inspirado em factos reais - o caso de Antoine Berthet.
Aconselho a leitura a quem ainda não o fez ou até uma releitura.

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