A Breve Vida das Flores, Valérie Perrin

Pérrin, Valerie (2022). A Breve Vida das Flores. Lisboa: Editorial Presença.

Tradução: Maria de Fátima Carmo
Nº de páginas: 448
Início da leitura: 04 de março
Fim da leitura: 07 de março

**SINOPSE**
"Íntimo, poético e luminoso.
O romance protagonizado por uma mulher que, contra tudo e contra todos, nunca deixa de acreditar na felicidade.

Violette Toussaint é guarda de cemitério numa pequena vila da Borgonha. A sua vida é preenchida pelas confidências - comoventes, trágicas, cómicas - dos visitantes do cemitério e pelos seus colegas: três coveiros, três agentes funerários e um padre. E os seus dias pareciam ser assim para sempre. Até à chegada do chefe de polícia Julien Seul, que quer deixar as cinzas da mãe na campa de um desconhecido.

A história de amor clandestino da mãe daquele homem afeta de tal forma Violette, que toda a dor que tentou calar, toda a tristeza pela morte da sua filha vêm ao de cima. É tempo de descobrir o responsável por aquela tragédia.

Atmosférico, tocante e - tantas vezes - hilariante, este é um romance de vida: dos que partiram e vivem em nós, da luz que se pode revelar mesmo na mais plena escuridão. Porque às vezes basta a simplicidade de um gesto, basta a frescura da água viva para nos devolver ao mundo, a nós mesmos e aos outros."
Não consigo compreender as críticas negativas a este livro que aborda tantas temáticas interessantes: o abandono, as famílias de acolhimento, o crescimento prematuro; as drogas e álcool, o amor, a entrega, a ausência a frieza, a solidão, o renascer das cinzas, o medo, a crueldade, a lei... entre muitos outros.
Foi um livro que me cativou do início ao fim e que ficará na minha memória.
Gostei também da alternância de narrativas e da elegância da escrita, tantas vezes poética. Gostei das personagens, tão credíveis quanto encantadoras! Recomendo sem reservas.

Deixo um excerto:
"Crescerás de outro modo, no amor que sempre te terei. Crescerás de outro modo, no murmúrios do mundo, no Mediterrâneo, na horta do Sasha, no voo de uma ave, no nascer do dia, no tombar da noite, através de uma jovem com quem me cruzarei por acaso, na folhagem de uma árvore, na prece de uma mulher, nas lágrimas de um homem, na luz de uma vela, renascerás mais tarde, um dia, sob a forma de uma flor ou de um rapazinho, com uma outra mamã, estarás em todo o lado onde o meu olhar pouse. Onde o meu coração habitar, o teu continuará a bater," (pág. 295).

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