A Vida Sonhada das Boas Esposas, Possidónio Cachapa

Cachapa, Possidónio (2019). A Vida Sonhada das Boas Esposas. Lisboa: Companhia das Letras.

Nº de páginas: 240

Início da leitura: 15/11/2022

Fim da leitura: 17/11/2022

**SINOPSE**

"Madalena viveu, durante décadas, uma vida exclusivamente dedicada a um marido que nunca a amou, à casa que não escolheu e aos filhos que pouco se importavam com ela. A morte Súbita do marido e o segredo que lhe foi desvendado levam-na a embarcar num navio de cruzeiro, o que vai alterar a sua perspetiva de vida e o olhar sobre si própria. A par das amigas hilariantes de carne e osso, as personagens dos romances de Corín Tellado ou Emily Brontë saltam das prateleiras para lhe assombrar os sonhos e fazer questionar o seu direito a ser, finalmente, livre. O encontro com um galã hiper-romântico, semelhante aos dos livros que a tinham feito sonhar, e um tsunami muito real colocarão definitivamente em causa a possibilidade de voltar a ocupar o lugar de viúva recatada e submissa a que parecia condenada."

Mais um autor que estou a descobrir e de quem, com certeza, lerei outros títulos. É um livro leve, divertido, mas bem escrito e com grande criatividade na forma como o autor introduz na narrativa os livros que assaltam os sonhos da protagonista. Além disso, coloca-nos questões importantes: quem era eu na infância? De que gostava? Continuo a ser a mesma ou anulei a minha personalidade? Estas e outras questões são feitas pela protagonista a si própria e acredito que poderiam ser respondidas por muito mais mulheres de carne e osso. 

Desta forma, aliam-se nesta ficção personagens com que nos cruzamos no dia a dia,  personagens ficcionais de outros livros e, ainda, personagens improváveis. 

Temos uma filha que, infelizmente, representa muitos filhos, na realidade: pouco importada com o que a mãe sente e quer, convenceu a mãe a ter a sua conta bancária em conjunto com ela e considera, dá-se ao direito de lhe cancelar o acesso à conta, considera que a mãe  deveria ser uma devota viúva, pensar mais nos netos...Mas não teria o direito de ser livre, de viver a vida que lhe fora negada todos os anos em que fora casada e até filha? Já o filho, tem uma outra perspetiva, mas isso deixo para que saibam através da leitura do livro. Isso e muitos outros pormenores!

Aconselho!

0 Comentarios