Ferrante, Elena (2014). A Amiga Genial. Lisboa: Relógio D’Água.
Tradução:
Margarida Periquito
Nº de páginas:
272
Início da Leitura:
01/11/2022
Fim da leitura:
04/11/2022
**SINOPSE**
A Amiga Genial é a história de um encontro entre
duas crianças de um bairro popular nos arredores de Nápoles e da sua amizade
adolescente.
Elena conhece a sua amiga na primeira classe. Provêm
ambas de famílias remediadas. O pai de Elena trabalha como porteiro na câmara municipal,
o de Lila Cerullo é sapateiro.
Lila é bravia, sagaz, corajosa nas palavras e nas ações. Tem resposta pronta
para tudo e age com uma determinação que a pacata e estudiosa Elena inveja.
Quando a desajeitada Lila se transforma numa adolescente que fascina os rapazes
do bairro, Elena continua a procurar nela a sua inspiração.
O percurso de ambas separa-se quando, ao contrário de
Lila, Elena continua os estudos liceais e Lila tem de lutar por si e pela sua
família no bairro onde vive. Mas a sua amizade prossegue.
A Amiga Genial tem o andamento de uma grande
narrativa popular, densa, veloz e desconcertante, ligeira e profunda, mostrando
os conflitos familiares e amorosos numa sucessão de episódios que os leitores
desejariam que nunca acabasse.
«Elena Ferrante é uma das grandes escritoras
contemporâneas.»
The New York Times
Este
livro conta-nos a história de duas meninas, Elena e Lila, na Nápoles dos anos
50 e num bairro pobre, de pessoas da “plebe”, muito marcado pela violência. Destacam-se
nos estudos, Elena pela dedicação e estudo e Lila através da sua inteligência
natural e curiosidade que faziam dela uma leitora voraz.
Mas
num bairro pobre, nem todos conseguem prosseguir os estudos e acabam a
trabalhar nos negócios dos pais. É o que acontece com Lila.
A
amizade que as vai acompanhar durante a fase da infância até à adolescência é, quanto
a mim, pouco saudável, uma vez que Elena, a narradora da história, fala da
amiga sempre como sendo melhor que ela em tudo, melhor nos estudos, melhor a
escrever, melhor em questões de beleza. Inclusive menciona que muito do que
aprendeu foi com Lila. Neste processo de crescimento de Elena, há claramente um
rol de preocupações que mais não são que as preocupações de todas as
adolescentes: baixinha, com borbulhas, nariz largo… É assim que ela se vê,
sempre que olha para o espelho, especialmente depois de se ver obrigada a usar
óculos. Assim, penso que grande parte da infância/adolescência de Elena é
vivida em função de Lila, do que ela pensa, do que ela diz, do que ela faz, das
suas opções, numa dependência total. Mas esta é a perspetiva de Elena. Em
determinados momentos, gostaria de saber um pouco mais sobre os pensamentos de
Lila. O que realmente sentiu quando se viu impedida de continuar a estudar e a
amiga prosseguiu os estudos?
Ficamos
a conhecer grande parte dos jovens do bairro e as voltas que as suas vidas
amorosas vão sofrendo.
Gostei
da forma como Elena Ferrante nos prende à história, como as suas descrições
cativam, como as palavras têm a força necessária para nos absorver por completo.
Agora, faltam-me os próximos três livros...
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