E, de Repente, a Alegria, Manuel Vilas

 Vilas, Manuel (2019). E, de Repente, a Alegria. Lisboa: Alfaguara.

Tradução: Vasco Gato

Nº de páginas: 408

Início da leitura: 26/10/2023

Fim da leitura: 28/10/2023

**SINOPSE**

"Desde o coração das suas memórias, um homem que arrasta tantos anos de passado como ilusões de futuro, recorre às suas recordações para iluminar a sua história. A história de um filho que tem de aprender a viver sem os pais, e de um pai que precisa de aceitar a viver mais longe dos filhos. Uma história que por vezes dói, mas que sempre acompanha.

Neste romance, a meio caminho entre a ficção e a confissão, o protagonista viaja pelo mundo e pelas suas memórias. É uma viagem com duas faces: a face pública, em que o protagonista-autor encontra os seus leitores; e o lado íntimo, em que aproveita cada momento de solidão para procurar a sua verdade.

Uma verdade que começa a despontar - dolorosa e inesperadamente - depois da morte dos pais, do divórcio, do afastamento do vício. Uma verdade que ganha novos matizes à medida que toma forma uma nova vida ao lado de um novo amor, uma vida em que os filhos se transformam na pedra angular sobre a qual gira a necessidade inadiável de encontrar a felicidade. Ou a alegria.

Se Em tudo havia beleza procurava no passado o caminho para regressar ao presente, aqui Manuel Vilas escreve uma história que vai buscar ímpeto ao passado para se lançar para o futuro e tudo o que ele pode trazer de inesperado. Depois da dor do autoconhecimento, esta é a história da busca esperançada da alegria, essa reivindicação de fé e coragem em tempos convulsos, essa força maior da vida, que, como a beleza, pode estar em qualquer lugar."
Um livro fora de série! Num tom autobiográfico, o autor faz uma viagem entre o presente e o passado, recordando momentos que, por algum motivo, ficaram gravados na sua memória. Conta-nos episódios dolorosos, fala da perda, do luto que nunca conseguiu fazer dos pais, da mulher, do divórcio, do alcoolismo, da depressão, dos filhos, de amigos, conhecidos, de acontecimentos, de momentos...E fá-lo de uma forma tão intensamente bela!  Nesta introspeção, de forma intimista, reconhecemo-nos em alguns momentos da nossa própria vida e constatamos, com o autor, que para haver beleza, muitas vezes teve de existir dor e que "Os fantasmas não são menos importantes do que os seres de carne e osso."
Recomendo muito!

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