Nós Contra os Outros, Fredrik Backman

 Backman, Fredrik (2023). Nós Contra os Outros. Lisboa: Porto Editora.

Tradução: Elsa T. S. Vieira
Nº de páginas: 472
Início da leitura: 02/10/2023
Fim da leitura: 05/10/2023

**SINOPSE**
"Björnstad, uma pequena comunidade no meio da floresta, é o lar de pessoas fortes e trabalhadoras, que não esperam que a vida seja fácil ou justa. Sempre de cabeça erguida, os seus habitantes orgulham-se de enfrentarem todas as dificuldades com a convicção de que a verdade está do seu lado. Até que um terrível acontecimento quase faz tombar a cidade.
Esta é a história do que aconteceu depois.
Após o sucedido na primavera anterior, Björnstad recebe mais um duro golpe: em breve, a sua bem-amada equipa de hóquei deixará de existir, perante a óbvia satisfação dos antigos jogadores, que se mudaram em força para o clube adversário, em Hed. Mas os ursos de Björnstad recusam-se a sair derrotados. No meio da crescente atmosfera de rivalidade, um político começa a manobrar nos bastidores, e uma pessoa de fora é surpreendentemente escolhida para treinar o renovado clube de hóquei. De imediato, uma nova equipa começa a formar-se, mas conseguir que veteranos e novatos trabalhem em conjunto demonstra ser um desafio hercúleo, à medida que a inimizade com Hed se torna cada vez mais violenta.
Quando o último jogo do campeonato for por fim disputado, mais do que um habitante de Björnstad terá morrido e, em ambas as localidades, as pessoas serão forçadas a questionar-se se, depois de tudo, o jogo que tanto amam pode voltar a ser algo simples.

Com compaixão e perspicácia, Fredrik Backman revela-nos como a lealdade, a amizade e o amor sustentam uma comunidade nos seus dias mais desafiantes."
Backman é um autor muito especial, um contador de histórias. Este livro dá continuidade a outro, que li quando foi publicado: Beartown, A cidade dos grandes sonhos, se bem que possa ser lido e entendido mesmo sem ler o outro. É incrível a forma como narra, onde os próprios diálogos entre as personagens nos são contados pelo narrador, sem se tornar entediante, até porque o autor escreve muito bem e a história capta-nos a atenção desde o primeiro segundo. A forma como nos apresenta as personagens, os habitantes de Björnstad, é de tal forma bem feita, que nos vemos irremediavelmente presos às suas vidas, a compreender os seus comportamentos bons ou maus, a união mesmo na discórdia, porque, como diz o próprio narrador, todos temos "momentos maus".
Muito poderia destacar, mas a sinopse diz tudo e não me vou repetir. Apenas vou registar uma passagem que revela a sensibilidade do autor e que, no momento que estou a viver, me tocou particularmente:
"O sofrimento é um animal selvagem que nos arrasta até às profundezas, numa tal escuridão que não conseguimos imaginar como regressaremos alguma vez a casa. Como conseguiremos voltar a rir. Dói tanto que nunca chegamos a perceber se a dor na realidade passa ou se apenas nos habituamos a ela"
Não deixem mesmo de ler este livro fantástico!

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