Bartleby, o Escriturário Uma história de Wall Street de José-Luis Munuera

 Munuera, José-Luis (2023). Bartleby, o Escriturário Uma história de Wall Street. Arte de Autor.

Tradução: Jorge Colaço
Nº de páginas: 72
Início da leitura: 08/01/2024
Fim da leitura: 11/01/2024

**SINOPSE**
"Nova Iorque, distrito de Wall Street.
Um jovem é contratado para um escritório de notário. o seu nome é Bartleby e o seu trabalho consiste em copiar documentos legais.
No início, Bartleby revela-se irrepreensível. Consciente, eficiente, incansável, faz um trabalho colossal, dia e noite, sem nunca se queixar. a sua energia é contagiante. Leva os seus colegas, muitas vezes rebeldes, a darem o seu melhor.
Um dia, tudo se altera. Quando o patrão lhe dá um trabalho, Bartleby recusa-se a fazê-lo. Educadamente, mas com firmeza: "Prefiro não o fazer", responde.
A partir de então, Bartleby deixará de obedecer a ordens, cingindo-se nestas poucas palavras que pronuncia como um mantra. Prefiro não. Não só deixa de trabalhar, como se recusa a abandonar o local...

José Luis Munuera pega no conto de Herman Melville e adapta-o de forma magistral, lançando um olhar original sobre este texto, uma reflexão estimulante sobre a obediência e a resistência passiva."
Esta novela gráfica é recuperada por Munuera de um conto de Herman Melville, autor de Moby Dick e posso já adiantar que adorei! 
Em Wall Street, um advogado de meia idade, também narrador da história, mantém um escritório (“o notariado, a cobrança de títulos e transcrições e cópia de documentos de toda a espécie” ), que, ao precisar de contratar um copista, acaba contratando Bartleby, o escriturário, protagonista desta história. Este revela-se muito eficiente, não largando o trabalho por nada (dorme num cadeirão no escritório sem que o patrão saiba), correndo tudo muito bem até ao momento em que o patrão lhe pede para rever e examinar a sua cópia e ele responde "Preferia não o fazer." A partir desta recusa, queremos conhecer melhor esta personagem que desobedece ao patrão e tentar perceber o que o leva a agir desta forma tão estranha e pela qual não esperávamos, absolutamente. E a expetativa acompanha-nos, ao longo de várias páginas, numa banda desenhada muito bem ilustrada e escrita, cujos tons escuros e sombrios representam na perfeição Wall Street, condicentes com a própria metáfora da alienação, da descrença e da apatia representadas através do sombrio  protagonista.
Uma novela gráfica imperdível e que dificilmente esquecemos!

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