A Casa, Paco Roca

Roca, Paco (2016). A Casa. Lisboa: Levoir.

Tradução: Carlos Xavier
Nº de páginas: 136
Início da leitura: 14/02/2024
Fim da leitura: 16/02/2024

**SINOPSE**
"Paco Roca (Valencia, 1969) é um versátil autor de banda desenhada e ilustrador, e um dos mais premiados autores espanhóis da atualidade. De entre as suas obras, destacamos O Inverno do Desenhador, editado pela Levoir e pelo Público na série de Novelas Gráficas de 2016, vencedor do Prémio de Melhor Obra e Melhor Argumento no Salón del Cómic de Barcelona em 2011. Com A Casa, obra intimista em torno da figura do seu pai desaparecido, Paco Roca afirmou-se como autor de primeiro nível internacional. Ao longo dos anos, o dono de uma casa enche-a de recordações, testemunhos silenciosos de uma vida. Uma casa é a imagem fiel do seu dono. Como os casais que vivem longos anos juntos. Assim, quando o seu ocupante desaparece para sempre, o recheio da casa fica intacto, à espera do regresso do seu dono. Os três irmãos que protagonizam esta história, tornam um ano após a morte do seu pai à casa de família onde cresceram. A sua intenção é vendê-la, mas em cada velharia que deitam fora, enfrentam as suas memórias. Temem estar a apagar o passado, a memória do seu pai, e as suas próprias memórias."

Que novela gráfica sublime! A história e as ilustrações numa harmonia perfeita. Simplesmente, inesquecível!
Tudo começa com a saída de um idoso de casa, uma saída que se vê que é tão lenta quanto dolorosa, numa metáfora da partida ou da morte. A casa permanece vazia durante várias estações do ano, até à chegada dos filhos, que vêm arranjar o que for necessário para venderem a casa. Mas esta é a CASA, assume aqui dimensões humanas, oferece às personagens memórias do passado, recordações de momentos com o pai, que foi o impulsionador de tudo. Os filhos recordam-na com mágoa, pois, para eles, que eram convidados pelo pai a trabalhar para a erguer e manter, representou a impossibilidade de irem de férias, de usufruírem de momentos de puro lazer. Agora, todos casados e afastados, voltam e, apesar da intenção inicial, ainda se questionam? Ficamos com a casa?
Aconselho a ler esta história que é a história de tantas famílias, de tantas pessoas que lutam uma vida inteira para terem a casa dos seus sonhos (ou o mais semelhante a isso) para, no fim, ninguém dar o real valor (será?).
E mais não digo. Apenas sugiro que se deixem habitar pela casa desta história.

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