Fique Longe de Greta - um Amor Impossível, Susanne Abel

 Abel, Susanne (2023). Fique Longe de Greta. Alfragide: Casa das Letras.

Tradução: Fátima Andrade
Nº de páginas: 504
Início da leitura: 06/02/2024
Fim da leitura: 10/02/2023

**SINOPSE**
"Tom Monderath, o famoso apresentador de notícias de Colónia, está preocupado com a sua mãe. Greta, de 84 anos, está cada vez mais esquecida. Quando o diagnóstico de demência surge, Tom fica horrorizado. Até que a doença da mãe se torna uma dádiva: pela primeira vez na sua vida, pouco a pouco, Greta fala de si própria - da infância na Prússia Oriental, sobre a fuga dos soldados russos durante o Inverno gelado, a saudade do pai desaparecido e os seus êxitos no mercado negro de Heidelberg e do seu encontro com o soldado Robert Cooper. Será tudo isto a chave para compreender a tristeza de Greta, que também ensombrou a infância de Tom? Quando Tom se depara com cartas e fotografias do tempo que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, descobre um mistério incrível. Quem é a criança de pele negra da fotografia que Greta guarda como um tesouro? Greta fica em silêncio. Pela primeira vez, Tom começa a olhar e investigar mais profundamente o passado da sua mãe e começa a aperceber-se que a sua felicidade está também ligada ao passado desta...

O romance de estreia de Susanne Abel conta a história comovente e autêntica das crianças da Ocupação, o Plano Brown Baby, desvendando factos pouco conhecidos, mas muito perturbadores do pós Segunda Guerra Mundial."
Nesta obra, a história vai alternando entre o presente de 2015- 2016 e um passado entre 1939-1953.
No presente, Tom Monderathum, um conceituado apresentador de notícias de Colónia, é confrontado com a doença da mãe, Greta, que sofre de Alzheimer. Com a perda de memórias a curto prazo, Greta começa a falar de um passado esquecido na memória e que o filho desconhece, na Prússia oriental do pós Segunda Guerra Mundial.
É desta forma que Tom vai descobrindo parte desse passado, que começa a investigar, ficando a saber que tem uma irmã negra de quem não sabe absolutamente nada. 
Gostei muito deste livro, apesar de, em termos de tradução, poder ter sido evitado alguma repetição de vocabulário (por exemplo, a referência constante a "o aludido", acaba por mexer com os nervos, sendo mesmo desnecessária). É uma história comovente e apresenta-nos um momento da história da discriminação racial, onde muitas crianças sofreram por serem simplesmente negras. Eram afastadas das mães, internadas em asilos, afastadas das crianças brancas... E as mulheres não podiam, com efeito, amar um negro. Apesar de ser uma história ficcional, como a autora nos diz nos posfácio, baseia-se em muitos factos reais, pesquisas, conversas, o que dá credibilidade e força à história.
E, depois, temos a história deste filho, Tom, que consegue perceber o passado da mãe e trazer-lhe todos os que lhe pudessem avivar a memória. Recomendo!

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