Lapena, Shari (2017). O Casal do Lado. Barcarena: Editorial Presença.
Este livro apresenta-se como
um thriller psicológico instigante, com uma premissa promissora: o
desaparecimento de um bebé enquanto os pais jantam na casa ao lado. No entanto,
ao longo da leitura, fica claro que a promessa de tensão e profundidade dá
lugar a uma narrativa superficial, com muitas lacunas e um ritmo
surpreendentemente monótono para um livro do género.
A escrita de Shari Lapena é
funcional, mas amadora em vários aspetos. O estilo é simples demais, com
diálogos artificiais e descrições apressadas, o que prejudica a construção do
suspense. Os personagens são rasos, muitas vezes se comportando de maneira
incoerente, mais a serviço da trama do que de qualquer verossimilhança
psicológica.
Embora a autora tente inserir
reviravoltas, muitas delas soam forçadas ou previsíveis. A narrativa fica
“parada” em vários momentos, repetindo pensamentos dos personagens ou
insistindo em explicações já compreendidas, o que quebra o ritmo e diminui o
impacto da tensão.
O livro cumpre um papel básico de entretenimento rápido — ideal para quem procura uma leitura leve, sem grandes exigências literárias. No entanto, para quem espera um suspense bem construído, com densidade narrativa e personagens consistentes, é um livro que dececiona.
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