O Casal do Lado, Shari Lapena

Lapena, Shari (2017). O Casal do Lado. Barcarena: Editorial Presença. 

Tradução: Maria João Lourenço
N.º de páginas: 296
Início da leitura: 12/07/2025
Fim da leitura: 13/07/2023

**SINOPSE**
"Cynthia disse a Anne que não levasse a filha Cora, a bebé de seis meses, para sua casa na noite do jantar para que ela e o marido Marco tinham sido convidados. Não era nada de pessoal. Ela simplesmente não suportava o choro de crianças. Marco não se opõe. Afinal, eles vivem no apartamento do lado. Têm consigo o intercomunicador e irão alternadamente, de meia em meia hora, ver como está a filha.

Cora dormia da última vez que Anne a tinha ido ver. Mas, ao subir as escadas da casa em silêncio, ela depara-se com a imagem que sempre a aterrorizou. A menina desapareceu. Anne nunca tivera de chamar a polícia, antes disso. Mas agora eles estão lá e quem sabe o que irão descobrir... do que seremos capazes, quando levados além dos nossos limites?"

Este livro apresenta-se como um thriller psicológico instigante, com uma premissa promissora: o desaparecimento de um bebé enquanto os pais jantam na casa ao lado. No entanto, ao longo da leitura, fica claro que a promessa de tensão e profundidade dá lugar a uma narrativa superficial, com muitas lacunas e um ritmo surpreendentemente monótono para um livro do género.

A escrita de Shari Lapena é funcional, mas amadora em vários aspetos. O estilo é simples demais, com diálogos artificiais e descrições apressadas, o que prejudica a construção do suspense. Os personagens são rasos, muitas vezes se comportando de maneira incoerente, mais a serviço da trama do que de qualquer verossimilhança psicológica.

Embora a autora tente inserir reviravoltas, muitas delas soam forçadas ou previsíveis. A narrativa fica “parada” em vários momentos, repetindo pensamentos dos personagens ou insistindo em explicações já compreendidas, o que quebra o ritmo e diminui o impacto da tensão.

O livro cumpre um papel básico de entretenimento rápido — ideal para quem procura uma leitura leve, sem grandes exigências literárias. No entanto, para quem espera um suspense bem construído, com densidade narrativa e personagens consistentes, é um livro que dececiona. 

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