Maugham, W. Somerset (2020). Férias em Paris. Alfragide: Edições ASA.
N.º de páginas: 256
Início da leitura: 07/08/2025
Fim da leitura: 08/08/2025
**SINOPSE**
"Charley Mason tem vinte e três anos e um futuro promissor. Vem de uma família abastada, é atraente, refinado e acaba de completar os estudos em Cambridge. Espera-o uma carreira de prestígio seguindo as pisadas do pai. Mas para já, Charley tenciona gozar umas férias de Natal em Paris, ansioso por desfrutar de alguma liberdade na primeira viagem que faz sozinho à cidade das luzes.
Logo à chegada, porém, o jovem percebe que as suas expectativas não se vão concretizar. O seu melhor amigo, Simon Fenimore, jornalista correspondente na capital francesa, transformou-se num homem agressivo e vive agora em abstinência física e emocional. Numa ida a um bordel, Simon apresenta Charley a Lydia, uma jovem russa, vítima da revolução do seu país e em acelerado processo de autodestruição. A sombra da II Guerra Mundial agiganta-se sobre a Europa e os dias em Paris estão já tingidos com as cores da melancolia.
Quando regressa a Inglaterra, Charley já não é um jovem alegre e despreocupado. Ganhou a experiência de vida das ruas e do submundo. Perdeu a inocência. Pouco depois, o mundo perdê-la-ia também."
Ler Férias em Paris é um pouco como visitar um museu de arte clássica num dia de calor: reconhecemos o talento, admiramos o detalhe… mas a certa altura apetece procurar um banco e descansar. Maugham escreve com uma elegância demasiado britânica, como quem serve chá às cinco mesmo que ninguém o tenha pedido. As personagens estão muito bem construídas e o olhar do autor sobre a natureza humana é certeiro, mas o ritmo pausado e o tom contido deixaram-me à espera de um pouco mais de emoção. É, sem dúvida, literatura de qualidade — só talvez não seja a viagem mais empolgante para quem procura aventura a cada página.
0 Comentarios