O Homem que Morreu Duas Vezes, Richard Osman

Osman, Richard (2022). O Homem que Morreu Duas Vezes. Lisboa: Planeta.


Tradução: Carmen Saraiva
N.º de páginas: 384
Início da leitura: 04/09/2025
Fim da leitura: 06/09/2025

**SINOPSE**
"Elizabeth, Joyce, Ron e Ibrahim estão à procura de alguma paz e tranquilidade, na luxuosa comunidade para reformados onde vivem, depois de terem resolvido o seu primeiro caso. Resolver um novo assassinato não fazia parte dos seus planos de reforma. Mas parece que estão com pouca sorte. Um visitante inesperado - um velho amigo (ou quem sabe algo mais…) de Elizabeth - aparece desesperado por ajuda. Está em apuros. Foi acusado de roubar diamantes, no valor de 20 milhões de libras, ao homem errado. E a sua vida corre perigo. O primeiro corpo é encontrado. Mas não será o último. Este difícil caso envolve um mafioso impaciente, reuniões regadas a vinho, segredos antigos, pulseiras da amizade, decisões importantes como a de adotar ou não um cão… E um assassino implacável que não hesitaria, um segundo, em matar os quatro simpáticos reformados de Coopers Chase.

Será que os membros de O Clube do Crime das Quintas-Feiras vão ser capazes de encontrar o assassino (e, já agora, os diamantes), antes do assassino os encontrar a eles?

Richard Osman está de volta com o seu famoso e carismático quarteto de detetives para mais uma aventura divertida e inteligente. Impossível parar de ler. Mais de 3,5 milhões de leitores já se juntaram a O Clube do Crime das Quintas-Feiras."
Richard Osman volta a surpreender com O Homem que Morreu Duas Vezes, o segundo volume da série que acompanha o peculiar Clube do Crime das Quintas-Feiras. Se o primeiro livro já tinha conquistado pelo conceito original – um grupo de reformados que investiga crimes com mais argúcia do que a polícia – este segundo livro consolida a fórmula e aprofunda a ligação entre o leitor e as personagens.

A história mantém o ritmo ágil e o humor subtil que caracterizam Osman, mas ganha em densidade emocional, sobretudo porque conhecemos melhor as fragilidades, manias e cumplicidades do quarteto protagonista. Elizabeth, Joyce, Ron e Ibrahim já não são apenas figuras excêntricas: tornam-se companheiros de leitura, daqueles de quem temos saudades quando fechamos o livro. A forma como se apoiam mutuamente, entre piadas mordazes e gestos de ternura inesperada, é um dos pontos mais fortes da narrativa.

Quanto à intriga policial, a teia é habilmente construída, cheia de reviravoltas e de pistas falsas, sem nunca perder a leveza que distingue esta série do típico “thriller” sombrio. Osman consegue equilibrar o mistério com um olhar profundamente humano sobre a amizade, a velhice e o valor da experiência.

Gostei particularmente da forma como o autor joga com o contraste entre a aparente tranquilidade da comunidade de reformados e o submundo do crime internacional. Essa justaposição gera situações inesperadas, divertidas e, ao mesmo tempo, plausíveis dentro do universo criado.

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