(imagem do Google)
o céu azul que cobria os meus dias?
Quando foi que percebi
que o sol deixou de brilhar nas minhas fantasias?
Onde perdi eu o sorriso
que se abria prontamente?
Onde deixei eu a lágrima
sempre pronta a formar torrente?
Sinto que me ausentei de mim,
perdi a força que me fazia viver…
Essa força e a coragem, que fim
tiveram? Porque deixei de ser?
Como posso contemplar o rio
sem que os meus olhos naufraguem em ilusões?
Porque já não choro dias a fio
quando sofro? Onde perdi as emoções?
O que me fez tornar nesta pedra fria
sem sentimentos, desprovida de vida?
O que me fez ficar assim vazia,
do bem e do mal tão esquecida?
Não é possível que fique estática
perante alguém que vejo sofrer…
Onde está o eu, força enigmática
que tinha e dava aos outros força de viver?
Que apagão terá sofrido o meu olhar
para não reagir a nada?
Onde ficou o ser que sabia amar?
Em que noite? Em que alvorada?
Só sei que estou imune,
sou rocha fria e envelhecida,
que sem sorriso e sem queixume,
é simples ausência de vida.
Como nos deixamos nós fugir?
Como chegamos a este ponto
em que resta a ausência do sentir,
o esquecimento, o desencontro?
Perdi-me! Esqueci-me de quem sou!
Agora não sei para onde vou…
Nem se ainda vou…
Sei apenas que tudo mudou
e nada, nada mesmo, ficou!
Célia Gil
7 Comentarios
Lindo e reflexivo poema!um beijostudo de bom,chica
ResponderEliminarÉ naquela hora que a gente tem que juntar os pedaços, costurar e colar e esperar o tempo curar. Superar.
ResponderEliminarBeijos e obrigada pelo comentário carinhoso comigo!
Carla
Querida,
ResponderEliminarescutei a música, por sinal belíssima, e li o seu poema que saiu de dentro do seu peito, no meio de perguntas sem respostas, entre sombras e e um facho de luz, entre sorrisos fechados e olhos molhados...
Mas você já respondeu todas a suas perguntas com a própria música. Só Deus pode enxugar as lágrimas, colocar em nosso caminho um novo amor ou o mesmo já transformado... Para Ele nada é impossível.
Na vida, passamos por momentos difíceis quando acreditamos perder a nossa identidade, mas a encontramos em Cristo.
Um grande abraço!
Chris
Obrigada pelos comentários gentis e tão bonitos!
ResponderEliminarCélia querida...
ResponderEliminarEsse poema é verdadeiramente encantador!
Cheio de perguntas, mas repleto de romantismo e ternura...!
Belíssimo do início ao fim.
Parabéns!
Com carinho!
Suzy
Perguntei ao vento norte
ResponderEliminarO porquê, qual a razão
De o destino e a sorte
Terem ponto de interrogação
Respondeu-me que não sabia
Mas tinha que descobrir
Porque era vendaval num dia
E vento brando a seguir.
Teremos sempre perguntas sem respostas. Adorei seu poema. Beijos com carinho
Maravilhoso este seu poema, rosa-branca, obrigada por postá-lo no meu poema, pois vem enriquecê-lo. Bjs
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