Foi Assim, Natalia Ginzburg

Ginzburg, Natalia (2023). Foi Assim. Lisboa: Relógio D'Água. 

Tradução: Anna Alba Caruso
Nº de páginas: 104
Início da leitura: 08/07/2024
Fim da leitura: 09/07/2024

**SINOPSE**
«No final, todavia no início. Pois o romance começa por narrar o crime: "Disparei-lhe nos olhos." Depois, sentada num banco do jardim público, antes de se entregar, evoca a história. Contá-la aqui seria retirar-lhe todo o sabor, aquele rigor límpido que a rege do princípio ao fim sem qualquer hesitação e nos faz lê-la toda de enfiada.»
Este livro foi-me oferecido por uma amiga livrólica muito especial e estava desejosa de o ler. Já tinha lido As Pequenas Virtudes desta autora e gostado muito.
Escrito de forma tão peculiar, como quem conta "oralmente" uma história, este livro tem início com a protagonista a dar um tiro no marido, o que é um início que nos desperta logo a atenção. A partir daqui, é-nos narrada a história que terá levado a esta situação, uma história que nos apresenta o ser humano com todos os seus defeitos, as suas dúvidas, os seus vazios, os seus "buracos negros". 
Apreciei a força e a tensão narrativas criadas pela autora, que nos prende da primeira à última página. O único aspeto que aponto como um ponto menos forte é o facto de, apesar de ter compreendido o final, ter gostado de saber um pouco mais como tudo poderia ter terminado. Gostaria de ter visto esta história um pouco mais desenvolvida.
Recomendo vivamente.
Deixo a passagem que me prendeu logo à história:
"Eu disse-lhe: - Diz-me a verdade - e ele disse: - qual verdade - e desenhava apressadamente qualquer coisa no bloco e mostrou-me o que era, era um comboio muito, muito comprido com uma grande nuvem de fumo negro, com ele a debruçar-se da janela e a dizer adeus com um lenço.
Disparei-lhe nos olhos." (pág. 15)

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