A Corrente, Filipa Amorim

Amorim, Filipa (2024). A Corrente. Lisboa: Suma das Letras.

Nº de páginas: 528
Início da leitura: 16/07/2024
Fim da leitura: 19/07/2024

**SINOPSE**
"Gabriela, Alexandre, Mariana e Daniel são amigos desde o berço, elos de uma corrente que se diria inquebrável. Porém, aquilo que ainda os mantém unidos, ao fim de tantos anos, é a amizade que têm por Francisco.

Até que, no início daquele que se adivinhava o melhor verão das suas vidas, Francisco desaparece sem deixar rasto. Sem saberem lidar com a perda e o choque, os quatro começam a afastar-se. Mariana, Alexandre e Gabriela deixam Santa Cruz, a terra onde cresceram, e onde o fantasma de Francisco permanece. Daniel é o único que fica para trás, a ansiar pelo dia em que os amigos consigam suportar a dor do regresso.

Só que este é antecipado, após nove anos, pela descoberta do cadáver de Francisco numa cova que se julgava livre no cemitério de Santa Cruz. A investigação do seu homicídio, que também motiva a vinda dos inspetores César Delgado e Rodrigo Gonçalves para Santa Cruz, traz à tona a mágoa e as mentiras que os quatro amigos partilharam e tentaram a grande custo manter enterradas ao longo dos anos, revelando que a amizade que os une já não é a fachada perfeita que um dia foi. Mas aquilo de que nenhum desistirá é de descobrir quem matou Francisco e quem lhes roubou o futuro risonho que poderiam ter tido ao seu lado.

Filipa Amorim constrói uma história carregada de dor, amizade, amor e perda, sem deixar de lado os ingredientes de um bom policial: o mistério, a dúvida constante e a busca pela verdade."
Gosto de ler autores portugueses e temos realmente muito bons escritores. Não coloco em causa o facto de ser uma primeira obra, pois, muitas vezes, as primeiras obras, até são "as grandes" obras dos escritores. Porém, penso que as editoras têm de trabalhar um pouco mais com os escritores. Neste caso, considero que a premissa era boa, promissora, a escritora tem ideias interessantes, mas alonga-se demasiado, repete-se demasiado e acaba por tornar a narrativa maçadora. A primeira parte e a última são as melhores. Há ali duas partes de permeio que não faziam grande falta ou que, quando muito, poderia ter sido selecionada a informação mais pertinente. Um thriller é um género que se quer um "turn the page", que nos tire o fôlego, que nos cative e mantenha as expetativas elevadas. E esta crítica que estou a fazer nada tem a ver com o facto de a autora ser portuguesa. Ultimamente, os thrillers andam um pouco "sem sal", falta-lhes intensidade! Daí me referir ao trabalho das editoras, que podiam apontar críticas, propor correções (neste caso, menos páginas e mais força).
Congratulo a escritora pelas suas ideias e desejo-lhe muitos sucessos. Ao longo da vida, tudo se depura e tudo se afina. Continuarei a lê-la, porque acredito que isso possa acontecer!

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