Pátria ou Morte, Alberto Barrera Tyszka

 Tyszka, Alberto Barrera (2018). Pátria ou Morte. Porto: Porto Editora.

Tradução: 
Nº de páginas: 200
Início da leitura: 01/07/2024
Fim da leitura: 03/07/2023

**SINOPSE**
"Miguel Sanabria, médico oncologista e professor universitário recém-reformado, vê a sua vida ser invadida por uma inquietação que rapidamente se tornará permanente e aflitiva. Entre Beatriz, esposa e fervorosa antichavista, e Antonio, irmão fiel ao radicalismo da revolução bolivariana, Sanabria está, tal como o país, encurralado e esmagado sob o peso de duas formas de vida. Quando de Cuba chega um telemóvel com vídeos surpreendentes dos últimos momentos do Comandante, o que fazer? «Que vida pode caber num telefone?» Hugo Chávez está doente, e arrastou consigo a Venezuela para a doença.

Em paralelo surgem histórias dentro da história, como a de María e Rodrigo, crianças que, na cidade mais perigosa do mundo, Caracas, se conhecem através de um computador e de uma ligação à Internet. Mas a todas é comum a mesma sensação de estranheza, um país que é uma incerteza perpétua, e, numa escrita de perfeito equilíbrio entre a tensão de virar a página e um olhar social clínico, Alberto Barrera Tyszka apresenta em Pátria ou Morte o retrato total da sociedade venezuelana, órfã do seu mito."
O tema principal deste livro é a ascensão e a morte de Hugo Cháves, bem como todo o mistério que envolveu a sua doença até à sua morte, numa Venezuela pré-apocalíptica. Sem querer dar parte de fraco, fez com que o povo acreditasse que ele tinha a doença sob controlo, tal como a pátria. Mas, nem uma nem outra. Apesar de, sobretudo os mais pobres, acreditarem nele como um enviado de Deus, ficção construída pelo próprio Cháves, a classe média sabe que se vivem tempos duros, em que não se pode confiar em ninguém, porque, na rua se está sujeito, a qualquer momento, a levar um tiro. 
Apesar deste ser o tema principal, outras histórias que vão sendo narradas acabam por se interligar: a história dos irmãos Miguel e António, que nos vão traçando o plano dos conflitos venezuelanos; a história de Maria e Rodrigo, duas crianças de dez anos, que se escondem atrás de um perfil falso na Internet, através do qual se conhecem, são crianças fechadas em casa, pelo medo que os pais têm de as mandarem à escola.
Gostei do livro, porém considero que, determinados aspetos poderiam ter sido mais desenvolvidos e o final menos abrupto.

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