Onde as Garças Voam, Elisabete Martins de Oliveira

Oliveira, Elisabete Martins de (2024). Onde As Garças Voam. Lisboa: Cultura Editora.

Nº de páginas: 400
Início da leitura: 03/09/2024
Fim da leitura: 05/09/2024

**SINOPSE**
"Durante toda a vida, Matilde procurou fugir das memórias opressoras da sua infância. Assim que atingiu a maioridade, partiu do Alentejo que a viu crescer rumo a uma Lisboa cheia de oportunidades.

Na capital, já adulta, constrói a vida com que sonhara: tem o seu próprio negócio e vive com o marido e os dois filhos, distante dos traumas de infância. Contudo, uma sucessão violenta de acontecimentos e de decisões tomadas em momentos errados ameaçam destruir a família de Matilde, e a única solução é voltar ao passado.

O regresso à casa dos pais e a dificuldade que estes têm em lidar com a neta com perturbação do espetro do autismo e com um genro que consideram incompetente vão pôr à prova a resiliência da família. O impacto deste reencontro com os pais — e com outras pessoas do passado — vai levantar o véu de memórias dolorosas que Matilde sempre tentou esquecer."
Esta é a história de um país em crise, sentida especialmente por quem tem profissões mais alternativas, ligadas às artes e comunicação, mas que, no fundo, são o reflexo de uma grande parte da sociedade.
Um casal com dois filhos - um menino e uma menina autista - não escapam à situação de crise, vendo-se, de repente, sem emprego, sem casa própria (ou alugada) para morar e o desespero vai tomando conta deles. Como sobreviverão a esta situação precária em que se encontram e conseguirão ou não enfrentar juntos este momento difícil? Eles, que viviam em Lisboa, onde tinham antes os seus empregos, veem-se obrigados a um regresso não almejado a casa dos pais dela, onde não são bem recebidos.
Esta é uma leitura simples, envolvente e uma história de superação. Apenas ressalvo que a primeira parte da história passa a correr, bem como a conclusão (um pouco alinhavada à pressa). Pelo meio, a narrativa torna-se um pouco repetitiva. Outra repetição constante é a da expressão "criar memórias", que não precisava de surgir tantas vezes, pois percebemos à primeira.
Ainda assim, aconselho a leitura, pelos temas abordados, pela doçura da narrativa e pelas personagens que nos cativam.

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