A Livraria na Colina, de Alba Donati

Donati, Alba (2024). A Livraria na Colina. Lisboa: Pergaminho.

Tradução: Marta Pinho
Nº de páginas: 200
Início da leitura: 30/08/2024
Fim da leitura: 01/09/2024

**SINOPSE**
"«- Romano, gostava de abrir uma livraria na minha aldeia.
- Muito bem, quantos habitantes tem?
- 180.
- Então, 180 mil a dividir…
- Não é 180 mil, é 180.
- És doida.»
Um crowdfounding, em 2019, permitiu à poeta Alba Donati deixar o seu trabalho numa das maiores editoras italianas e trocar Florença pela sua aldeia natal, Lucignana. Um incêndio e uma pandemia não foram suficientes para enterrar o sonho; pelo contrário, uma vez inaugurada esta pequena cabana nas montanhas, repleta de delícias literárias (incluindo meias e chás inspirados em livros e autores), os amantes da leitura, de todos os tipos e proveniências, juntaram-se para a manter viva - e próspera! Visitada por escolas, turistas, peregrinos, com um festival literário e diversos eventos culturais, a Libreria Sopra la Penna - pequeno espaço cheio de grandes sonhos - tornou-se um destino global para leitores ávidos, curiosos e até principiantes."
Confesso que não entendo a classificação que este livro tem no Goodreads - 3,51, contra outros livros que têm surgido como cogumelos, igualmente sobre livrarias, em que se nota um desconhecimento de o que é realmente uma livraria, abordando todos os assuntos menos o que dá título aos livros.
Este não é um livro ficcional, não é um livro em que a livraria serve de pretexto para contar uma história de amor, não é um livro para passear rapidamente pelas páginas, nem sequer é um livro com um ritmo rápido. Mas é o livro de uma autora/livreira que nos conta, de forma doce, poética e apaixonada, a sua experiência na criação de uma livraria na sua terra natal, Lucignana, de apenas 180 habitantes. E, mesmo que tivesse tudo para correr mal e tenha, de facto, passado por momentos conturbados, é curiosa a forma como a autora lutou pelo seu projeto, o desenvolveu e a cultura geral que foi adquirindo. Adorei conhecer as estratégias concebidas para cativar leitores para a leitura e aquisição de livros (algumas adoraria replicar na Biblioteca Escolar). É igualmente enriquecedor conhecer as listas de encomendas e, de entre os livros referidos, muitos já li, outros registei para depois ler as sinopses e escolher leituras. 
Também gostei de conhecer o passado da autora/livreira, a sua família muito "sui géneris", as gentes de Lucignana, o seu passado humilde, o relacionamento com os leitores e habitantes de Lucignana, que nos vai sendo narrado de forma muito pessoal, em jeito de diário.
Ainda por cima, partilho o gosto pelo livro "A Porta", de Magda Szabó, referido como um dos seus livros favoritos.
Recomendo muito e deixo uma das passagens que me marcou:
" Aconselho que respondam sempre a quatro perguntas após uma leitura:
1. Para que serviu?
2. Porque gostei do livro?
3. O que mudou na minha mente?
4. O que mudará nas minhas ações?"

Aceito o desafio:
1. Serviu para me inspirar, para me reconhecer enquanto livreira (que também já fui) e ficar a conhecer muitos livros e escritores que desconhecia.
2. Gostei não apenas pela temática (razões já evidenciadas no ponto 1), mas pela forma escrita. Adorei as listas de encomendas.
3. Penso que retirarei muito das estratégias utilizadas pela autora para cativar para a leitura e que me fizeram mudar a forma como encaro as pequenas livrarias.
4. Despertada a curiosidade, estarei muito mais atenta a todas as pequenas livrarias, tentarei conhecer mais, apoiar mais. Também aprendi várias estratégias de motivação para a leitura, que pretendo replicar (claro, de forma mais simples).

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