O Segredo da Boticária, Sarah Penner

Penner, Sarah (2021). O Segredo da Boticária. Madrid: Harper Collins.

Tradução: Fátima Tomás da Silva

Nº de páginas: 448

Início da leitura: 18/06/2022

Fim da leitura: 19/06/2022

**SINOPSE**

Escondida nas entranhas de Londres do século XVIII, uma botica secreta serve uma clientela pouco usual. Entre as mulheres londrinas, fala-se sobre uma mulher misteriosa chamada Nella que vende venenos bem disfarçados de remédios àquelas que precisem deles para os usar contra os homens que as maltratam. Contudo, o destino desta boticária fica comprometido quando a sua nova protegida, uma rapariga precoce de 12 anos, comete um erro fatal que terá consequências cujo eco se manterá durante séculos.

Na atualidade, uma aspirante a historiadora chamada Caroline Parcewell passa o seu décimo aniversário de casamento sozinha, enfrentando os seus próprios demónios. Então, encontrará uma pista para resolver os assassinatos misteriosos que fizeram Londres tremer há mais de duzentos anos. A sua vida misturar-se-á com a da boticária numa reviravolta surpreendente do destino. E nem todos sobreviverão.

O Segredo da Boticária é uma estreia subversiva e viciante, cheia de suspense, com personagens inesquecíveis e uma profundidade aguda. Cheia de segredos, vingança e de formas singulares como as duas mulheres podem salvar-se uma à outra, apesar da barreira do tempo.

Definitivamente este é um livro “Page Turner”. Envolvente, intrigante e misterioso.

A ação divide-se entre duas épocas e personagens diferentes. Começa com Nella, em 1791, uma boticária que trabalhava, de forma ilícita, em Londres, que preparava as suas mezinhas para as mulheres que queriam matar os maridos. Como a autora nos dá a conhecer na “Nota Histórica”, no século XVIII era comum a morte por envenenamento e, não havendo ainda especialistas em toxicologia que pudessem detetar os fármacos utilizados com uma autópsia, se não houvesse provas, os criminosos saíam muitas vezes impunes. Por razões que não vou mencionar, uma jovem de 12 anos, Eliza, acaba por conhecer Nella e pedir-lhe para trabalhar para ela.

A outra história, a de Caroline, decorre no momento presente, não sendo referida uma data, quando, após uma traição do marido, pouco antes de festejarem os seus 10 anos de casados, resolve ir sozinha para a viagem que os pais lhe ofereceram com vista a celebrar a data. Acaba por aceder a um convite para praticar “mudlarking” e encontra um recipiente de vidro, de tom azulado, muito antigo, com uma gravura rudimentar de um urso, aparentando ser um frasco de uma botica. Acaba por conhecer Gaynor, uma bibliotecária, com quem vai tentar compreender a origem do frasco. Em Caroline renasce a sua antiga paixão pela História, não tanto ao nível dos grandes acontecimentos históricos, mas da investigação de histórias de vida que ficaram perdidas no tempo.

Afinal, o casamento de Caroline, não ultrapassava uma crise apenas pelo facto de o marido a ter traído. Haveria outros motivos…

Mas, afinal, conseguirá Caroline chegar à origem do frasco? E como teria aquele frasco ido parar à beira do rio? Terá Caroline resolvido os seus problemas emocionais? A resposta a estas e muitas outras perguntas está no livro, um livro que vale a pena abrir e que dá imenso gozo ler!

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