O Homem que Passeava Livros, Carsten Henn

Henn, Carsten (2022). O Homem que Passeava Livros. Alfragide: Lua de Papel.


Tradução: Helena Araújo

Nº de páginas: 200

Início da leitura: 29/06/2022

Fim da leitura: 30/06/2022

 

**SINOPSE**

Todos os dias, ao fim da tarde, Carl carrega a mochila com uma série de livros embrulhados com esmero. Fecha a porta da livraria e começa a ronda pelos clientes habituais, a quem secretamente dá nomes de personagens (Olá, Mr. Darcy!). Entrega as obras porta a porta ao milionário recluso, à jovem melancólica, à última freira do convento. É assim há décadas, até ao dia em que uma miúda de nove anos lhe aparece no caminho...

Mal se apresenta, Schascha começa a fazer perguntas: o que leva nessa mochila? Que histórias são essas? A quem se destinam? E começa ali uma inesperada relação. Ela, órfã de mãe, passa os dias sozinha, aborrece-se; ele vive preso a rotinas, envelhece. Juntos descobrem, nos passeios pela pequena cidade, um novo sentido para as suas vidas e para as vidas de quem visitam. E enquanto ambos arriscam um itinerário diferente, o horizonte carrega-se de nuvens cada vez mais pesadas e ameaçadoras.

O Homem que Passeava Livros, de Carsten Henn, é um romance inesquecível sobre vidas que são transformadas pela magia dos livros. Polvilhado de referências literárias (a começar pelos títulos dos capítulos), transporta os leitores da tristeza mais funda para o mais profundo encantamento (e vice-versa).

Um livrinho pequenino, de uma grande doçura e que nos deixa bem-dispostos e enternecidos! Primeiro, porque fala de livros. Segundo, porque está bem escrito e tem personagens mesmo cativantes. Uma delícia!

Carl é um livreiro muito especial. Além de preencher as suas horas vagas com a leitura e releitura de livros, leva a leitura a casa de um grupo de clientes habituais, a quem ele batizou com nomes de personagens de livros e autores. Deixam sempre nas suas mãos a escolha dos livros. Mas a sua vida, feita destas rotinas, não deixa de esconder uma grande solidão. Porém, a vida de Carl acaba por sofrer uma reviravolta a partir do momento em que Schascha se cruza nas suas rotinas.

Não vou contar mais, pois o prazer de ler deve manter-se. Devo apenas dizer que, além de nos fazer sorrir, aborda temáticas muito importantes: o poder da leitura e dos livros na vida das pessoas, a solidão, a velhice, a violência doméstica, o poder da amizade… E ainda surge repleto de referências literárias.

Aconselho a leitura!

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