Branco em Redor, Wilfrid Lupano e Stéphane Fert

 Lupano, Wilfrid; Fert, Stéphane (2022). Branco em Redor. Estoril: Arte de Autor.

                                         

Tradução: Helena Romão

Nº de páginas: 144

Início da leitura: 22/12/2022

Fim da leitura: 26/12/2022

**SINOPSE**

"Esta história, inspirada em factos reais, desenrola-se no ano de 1832, em Canterbury, uma pequena cidade tranquila do Connecticut, trinta anos antes da abolição da escravatura, na região norte dos Estados Unidos esta já fora abolida. Aqui, os negros são livres, mas não têm nenhum direito de cidadania. Negros, aliás, há muito poucos. E a maioria branca que ali vive pensa muitas vezes que ainda assim são de mais…

Prudence Crandall administra uma escola para meninas. Um dia, uma menina negra pede para se inscrever. É o início de uma batalha entre a comunidade de Canterbury e a escola que se tornará a primeira escola exclusiva para meninas negras nos Estados Unidos.

Classificado como local histórico nacional, o museu Prudence Crandall, vestígio da Canterbury Female Boarding School, comprometeu-se com a luta pela equidade na educação, inscrevendo a escola no coração da história da luta mundial pelos direitos cívicos e encorajando o seu público a tomar parte no debate cívico e nas acções civis."


Mais uma novela gráfica fantástica, baseada numa história real, como podemos confirmar  nas últimas páginas do livro.
A ação decorre numa pequena localidade, na América de 1832. Prudence é professora numa escola para meninas. Tudo corre bem, até Prudence tornar a escola numa escola para meninas negras, que ela própria passa a dirigir. A comunidade não aceitava que os negros tivessem quaisquer direitos, muito menos o direito à instrução, o que acaba por gerar conflitos entre a comunidade e a escola. Nem sempre, contudo, é fácil lutar contra uma comunidade despeitada. E a vida destas estudantes não vai ser nada fácil.
Além da história, sublinho as pranchas, tão bem desenhadas, que acabam por conferir um grande realismo à história, dar força aos sentimentos e emoções manifestados pelas personagens. Há nas imagens uma alternância entre a luz e as sombras, entre a esperança e o medo.
Para além disso, há uma aura mística, a ideia de Eliza de que Deus é uma mulher, que ela vira banhar-se na floresta, a enigmática mulher, Miriam, que ajudam a desprender-se de uma árvore, onde estava de cabeça para baixo e que lhes explica que o medo dos homens está na vida que elas podem conceber, nas mulheres negras que podem conceber e tornar cada vez mais instruídas e, assim, povoar de cor este "branco em redor".
Uma delícia em todos os sentidos!

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