Os Maias, Eça de Queirós

Queirós, Eça de. Os Maias. Lisboa: Livros do Brasil, 2001.

Número de páginas: 720

Início da leitura: 18/12/2022

Fim da leitura: 22/12/2022

**SINOPSE**

Os Maias encerra uma crónica de costumes, retratando, com rigor fotográfico e muito humor, a sociedade lisboeta da segunda metade do século XIX.
Trata-se da obra-prima de Eça de Queirós, publicada em 1888, e uma das mais importantes de toda a literatura portuguesa.
Vale principalmente pela linguagem em que está escrita e pela fina ironia com que o autor define os caracteres e apresenta as situações. É um romance realista (e naturalista), onde não faltam o fatalismo, a análise social, as peripécias e a catástrofe próprios do enredo passional.
A obra ocupa-se da história de uma família (Maia) ao longo de três gerações, centrando-se depois na última geração e dando relevo aos amores incestuosos de Carlos da Maia e Maria Eduarda.
Mas a história é também um pretexto para o autor fazer uma crítica à situação decadente do país (a nível político e cultural) e à alta burguesia lisboeta oitocentista, por onde perpassa um humor (ora fino, ora satírico) que configura a derrota e o desengano de todas as personagens.
Esta é, se não me escapa nenhuma das leituras, a sexta vez que leio esta grande obra. Reler Os Maias não é para mim um castigo, antes um enorme prazer. Aliás, revisitar as obras de Eça é algo que, de vez em quando, gosto de fazer. 
Que bem escrevia o nosso Eça! Uma obra tão completa: desde as descrições (exaustivas mas belíssimas e repletas de significado); a força com que nos são apresentadas as personagens, que nos parece conhecê-las há longos anos; o romance, as intensas emoções; a crítica social; o retrato de uma sociedade de finais do século XIX tão bem feito, tão minucioso e precioso, o poder dos jornais da época (e até as "fake news"), tudo! 
Eça é Eça!
Quem nunca leu, vai sempre a tempo de o fazer!

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