Sobral, Luísa (2025). Nem Todas as Árvores Morrem de Pé. Alfragide: Publicações Dom Quixote.
N.º de páginas: 224
Início da leitura: 16/03/2025
Fim da leitura: 20/03/2025
**SINOPSE**
"Este é um romance sobre duas mulheres unidas pela desilusão e pelos cinquenta anos mais tristes da história da Alemanha. Com uma estrutura muitíssimo original e uma galeria de personagens inesquecível, Nem Todas as Árvores Morrem de Pé marca a estreia fulgurante de Luísa Sobral na ficção.
Emmi, que nasceu pouco antes de Hitler ascender ao poder na Alemanha, perde o pai na guerra e tem uma adolescência difícil, trabalhando desde muito cedo para ajudar em casa. É num bar aonde vai com os amigos depois do trabalho que conhece Markus, um homem de Berlim Leste que lhe escreve cartas maravilhosas e por quem se apaixona perdidamente.
Apesar de a mãe torcer o nariz ao seu casamento num momento em que a Guerra Fria está ao rubro, a irmã apoia-a, e Emmi acaba por ir viver com Mischa, como lhe chama, para a RDA. Inicialmente, tudo corre bem, mas, depois de o Muro de Berlim ser erguido, a separação da família e a chegada de uma carta anónima deixam-na na mais profunda depressão.
M. nasce após a divisão das duas Alemanhas e é o fruto perfeito do socialismo: com uma mãe ausente e educada por uma ama que adora plantas, M. idolatra o pai, desconhecendo por completo o mundo ocidental e crescendo ao sabor de uma realidade distorcida. Até que um dia, ao ouvir o testemunho chocante de uma rapariga, descobre que, afinal, não é só o Muro que tem um outro lado."
Emmi, que nasceu pouco antes de Hitler ascender ao poder na Alemanha, perde o pai na guerra e tem uma adolescência difícil, trabalhando desde muito cedo para ajudar em casa. É num bar aonde vai com os amigos depois do trabalho que conhece Markus, um homem de Berlim Leste que lhe escreve cartas maravilhosas e por quem se apaixona perdidamente.
Apesar de a mãe torcer o nariz ao seu casamento num momento em que a Guerra Fria está ao rubro, a irmã apoia-a, e Emmi acaba por ir viver com Mischa, como lhe chama, para a RDA. Inicialmente, tudo corre bem, mas, depois de o Muro de Berlim ser erguido, a separação da família e a chegada de uma carta anónima deixam-na na mais profunda depressão.
M. nasce após a divisão das duas Alemanhas e é o fruto perfeito do socialismo: com uma mãe ausente e educada por uma ama que adora plantas, M. idolatra o pai, desconhecendo por completo o mundo ocidental e crescendo ao sabor de uma realidade distorcida. Até que um dia, ao ouvir o testemunho chocante de uma rapariga, descobre que, afinal, não é só o Muro que tem um outro lado."
A escrita desta obra teve como mote uma notícia de jornal, que se tornou canção ("Maria Feliz"), e que acabou num romance que recria o passado de um casal alemão que se suicidou em Portugal. Há vários pormenores na obra que partem da história real de Maria Feliz, por exemplo o seu amor por plantas.
A história tem início pouco antes de Hitler ascender ao poder na Alemanha, atravessa todo o período da guerra fria, até à queda do muro de Berlim, e passa por Itália, antes de chegar a Portugal.
Nesta obra temos duas histórias que nos vão sendo apresentadas alternadamente: Emmi, nascida antes do início da Segunda Guerra Mundial, no seio de uma família pobre, casa-se com um homem de Berlim Leste. Aquando da construção do muro de Berlim, vê a família dividida e entra numa profunda depressão. M. nasceu após a divisão acentuada pela edificação do muro, numa família onde imperavam os valores do socialismo, desconhecendo o mundo ocidental, até lhe ser dada a conhecer outra realidade.
A escrita de Sobral é fluída, muito envolvente, com uma narrativa cativante que prende o leitor do início ao fim. O próprio facto de conciliar romance com diário, herbário, texto espistolar e poesia, torna-a muito interessante, completa e diferente. Gostei e recomendo.
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