Hoffman, Alice (2022). O Mundo Que Conhecíamos. Lisboa: Suma das Letras.
Tradução: Inês
Guerreiro
Nº de páginas:
344
Início da
leitura: 07/04/2022
Fim da leitura:
08/04/2022
**SINOPSE**
À
beira da Segunda Guerra Mundial, com o controlo nazi a apertar sobre Berlim, a
coragem e o amor de uma mãe oferecem à filha uma oportunidade de sobreviver.
Em
Berlim, na época em que o mundo mudou, Hanni Kohn sabe que deve mandar embora a
filha de 12 anos, para a salvar do regime nazi. O desespero leva-a até Ettie, a
filha de um rabino, cujos anos a bisbilhotar perto do pai lhe permitem criar
uma criatura judia mística, um golem raro e incomum que jura proteger a filha
de Hanni, Lea. Depois de Ava ganhar vida, ela, Lea e Ettie ficam eternamente
ligadas, os seus caminhos predestinados a cruzar-se, os seus destinos ligados.
Lea
e Ava viajam de Paris, onde Lea encontra a sua alma gémea, para um convento no
Oeste de França, conhecido pelas rosas de prata, chegando a uma escola numa
aldeia no topo de uma montanha onde três mil judeus foram salvos. Enquanto
Ettie permanece escondida, à espera de se tornar a lutadora que está destinada
a ser.
Num
mundo onde o mal pode ser encontrado em cada esquina, surgem personagens
extraordinárias que nos levam numa jornada impressionante de perda e
resistência, entre o fantástico e o mortal, num lugar onde todos os caminhos
levam ao Anjo da Morte e o amor não tem fim.
**OPINIÃO**
A
ação deste livro decorre na época do Holocausto, entre 1941 e 1944, não sendo,
porém, apenas mais um livro sobre a temática. Vai muito além disso. É um livro
repleto de um misticismo que nos remete para o maravilhoso judaico, que é,
neste caso, utilizado por amor. O amor que leva uma mãe (Hannie Kohn) a fazer
tudo para que a filha (Lea), de 11 anos, que é levada para longe dela para
sobreviver, seja protegida e nada de mal lhe aconteça. Ava é o golem
criado a partir de barro para acompanhar Lea e protegê-la, graças às suas
capacidades paranormais.
Gostei
de todas as personagens, que lutam para fugir a uma captura nazi, que levava quem
conseguisse para campos de concentração, a maior parte deles para a morte. Há
uma força nestas personagens que, quanto a mim, advém dos laços que as unem, da
boa-fé daqueles que ajudavam refugiados em fuga, do amor que perpassa a obra e
que tem o dom de os manter vivos em situações terríficas. Seguimos as
personagens nas suas diversas fugas, na sua luta pela sobrevivência e ficamos
irremediavelmente presos a elas.
Um
livro que aconselho para quem gosta da temática.
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