Vencer a insanidade


Quando o cansado e triste ser humano
desce à cave húmida da existência,
não há retorno, tudo é vil e insano
e afoga-se no lodo da demência.

A dor é tão forte, a dor lancinante
que nos oprime e comprime o nosso ego.
Abraçamos um frio arrepiante
que torna o ser um simples verme cego.

Há que sair da auto-destruição,
largar o sofrimento umbilical,
rasgar as fortes grades da prisão.

Deixar de se auto-compadecer,
matar em nós o feroz animal
que nos impede de ser e viver!
                                                  Célia Gil

1 Comentarios

  1. Quando a palavra é, ao mesmo tempo, um grito do purgatório e ensejo de purificação...

    Brilhante poema!

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