Chernobyl - A Zona, de Natacha Bustos e Francisco Sánchez

Bustos, Natacha; Sánchez, Francisco (2016). Chernobyl - A Zona. Lisvoa: Levoir.

Tradução: José de Freitas
Nº de páginas: 186
Início da leitura:15/08/2024
Fim da leitura: 18/08/2024

**SINOPSE**

"Por trás de cada catástrofe, esconde-se uma história humana.Como reagem as pessoas quando são forçadas, de um momento para o outro, a abandonar as suas casas, a terra que sempre conheceram? Este é o relato de uma das muitas famílias que deixaram os seus lares, depois do terrível acidente nuclear de Chernobil, convencidas de que iriam regressar uns dias depois. Mas um inimigo invisível tinha-se apoderado da sua cidade, das suas terras, das suas casas, e estava disposto a permanecer por muito tempo.Longe do sensacionalismo e da controvérsia, Francisco Sánchez e Natacha Bustos mostram-nos todo o drama, através de um conjunto de personagens fictícias que poderiam perfeitamente ter existido, convidando o leitor a reflectir sobre o que ainda hoje significa o acidente de Chernobil.Passaram-se 30 anos desde aquele 26 de Abril de 1986, poucos, comparados com as dezenas de milhares de anos que os resíduos nucleares da central vão permanecer activos. Este livro é uma homenagem a todas essas gentes que sofreram as consequências da energia nuclear fora de controlo.Para que nunca nos esqueçamos do que passou."
Nesta novela gráfica, é-nos apresentada uma família que vive em Pripyat, uma cidade, antes da catástrofe de Chernobyl, próspera e com 47000 habitantes. O pai trabalha na Central, como grande parte dos homens da cidade. Quando se dá a explosão do Reactor IV do Complexo Nuclear de Chernobyl, ninguém tem a noção das consequências que provocaria, das toneladas de material radioativo que ficaria a contaminar em mais de cerca de 25000 mil anos. Esta família (mãe grávida e filho), como tantas outras, vê-se obrigada a abandonar o lar, com a promessa de ser por três dias e que regressariam.
É um tema duro, real, aqui exposto de forma cronológica, com poucas falas, pois as imagens falam por si. A ilustração, a preto e branco, simples, básica, captou bem a essencia da mensagem transmitida. Só considero que se poderia ter-se contado mais, ter-se dito mais (ainda que entenda que as próprias pessoas que vivenciaram este pesadelo também pouco sabiam do que estava a acontecer e do que se seguiria).
Recomendo a leitura desta novela gráfica e, para quem quiser compreender melhor a dimensão deste desastre, o livro Vozes de Chernobyl de Svetlana Alexievich.

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