Rumores, Ashley Audrain

Audrain, Ashley (2024). Rumores. Lisboa: Suma das Letras.

Tradução: Gonçalo Neves
Nº de páginas: 368
Início da leitura: 19/08/2024
Fim da leitura: 21/08/2024

**SINOPSE**
"Xavier, de dez anos, está em coma no hospital depois de ter caído da janela do seu quarto a meio da noite. A mãe, Whitney Loverly, só consegue ficar sentada junto à cama do filho no hospital, recusando-se a falar.

Os amigos e vizinhos estão em choque, e os rumores sobre o que poderá ter acontecido naquela terrível noite vão-se multiplicando: Terá sido acidente? Poderá Whitney, cujo acesso explosivo de raiva com Xavier todos testemunharam meses antes, ter sido de alguma forma responsável? Teria Xavier saltado propositadamente?

Os acontecimentos dos últimos meses são-nos contados pelas vozes das mulheres de quatro famílias do bairro dos Loverlys, à medida que são forçadas a enfrentar os segredos dentro das paredes das suas próprias casas e as verdades incómodas que as ligam umas às outras. E os rumores, que começaram por ser quase inaudíveis, tornam-se cada vez mais sonoros, revelando uma verdade devastadora que mudará a vida destas quatro mulheres para sempre."

Este não é, quanto a mim, um thriller, é mais um drama que envolve, essencialmente, quatro mulheres e as suas experiências e vivências da maternidade. As histórias delas vai sendo contada de forma alternada e acabam por se cruzar entre si.
A maternidade é, sem dúvida, o tema central - desde a mãe que tem um filho e o rejeita, afastando-se dele, procurando no prazer mundano e pervertido satisfazer o seu ego e dedicando-se inteiramente à sua profissão de sucesso; uma mulher que sente o apelo da maternidade, mas que não consegue ter filhos, não desistindo ainda assim, numa espécie de obsessão, mesmo sabendo como terminam sempre as suas gravidezes; uma mulher (portuguesa), cujo filho apenas consegue interagir com a mãe e que acaba por se sentir culpada, quando o perde, numa viagem de avião que fez questão de fazer com ele e uma mãe que se dedica a ser mãe a tempo inteiro, mas que sente que não é valorizada e que deixou de ser desejada. 
A forma como está escrito angustia, prende-nos, revolta-nos, faz-nos sentir compaixão e, por isso mesmo, considero que é um livro envolvente e com suspense q.b.
O final poderia ter sido menos apressado e mais interessante. Ainda assim, gostei bastante e aconselho.

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